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domingo, 31 de julho de 2011

29/07/2011 - sexta-feira - 98o. dia




Dedico este Post ao Rotariano Paulo de Tarso e sua esposa Maria Martins. Ambos são como eu,  goiatubenses com sangue morrinhense. Temos em comum as recordações do segundo grau escolar: ambos foram meus colegas no Colégio Estadual de Goiatuba.

The Anderson Bluegrass Gazette & Country Music é um evento realizado pelo Lions International há 24 anos no parque Anderson que fica a 140 km de Farbanks. É um local que parece uma reserva ambiental mas tem grande estrutura para camping e não existem as restrições e recomendações comuns aos parques. A pequena, baixa e rala floresta é cortada em vários sentidos por estradas que chegam a pontos de acampamento, por isso acho que não é serva ambiental.
Vagueando pelas barracas montadas ao redor do evento, deparei com uma com o nome The Brasil Nuts. Ao me ver a proprietária já veio dizendo em bom português: “já sabia da existência de brasileiros na festa”. Fiquei muito feliz. É muito bom encontrar alguém que fala nosso idioma. Ela morou 23 anos em Trancoso, na Bahia, onde construiu e ainda mantém casa. Em dezembro, no rigor do inverno daqui, ela vai curtir o verão na Bahia. Lá ela compra um estoque de produtos artesanais: brincos, colares e pulseiras; daqueles que são vendidos na rua e pequenas lojas em toda cidade turística no Brasil e que ela vende por U$ 20 a U$ 30 cada pela. Quando começa o verão aqui novamente volta e participa das diversas feiras e eventos que são rotineiros por aqui durante o verão. Daqui ela já vai para uma cidade onde passamos e onde ela ficará uma semana em outra feira.
Pelo que entendi, esta festa tem as seguintes características: 1) O objetivo é arrecadar dinheiro para transplante de córnea; 2) as bandas que participam não cobram nada; 3) nos primeiros anos era difíl encontrar bandas interessadas, hoje, devido à repercussão do evento, são os organizadores que escolhem as melhores bandas. O trio de cantoras que aparecem numa foto estavam num trailer próximo à nossa barraca e vieram do Mississipe só para participar do evento.
Tudo que vejo de novidade nessa viagem, faço a seguinte pergunta: “isso funcionaria em Morrinhos?”. Claro que nos moldes como o evento é realizado aqui, não. Aqui as pessoas curtem o campo e uma em cada 100 famílias, estimativa minha, tem um trailer. Então reunir uma ou duas centenas deles é fácil.. Mas os organizadores têm duas dificuldades que não temos: gente e animação.
A densidade populacional da região é baixíssima. Fairbanks é a maior cidade num raio de 140 km e tem em torno de 40 mil habitantes. As demais, ao longo da única rodovia que corta o Alaska de sul a norte, são povoamentos.
A animação do americano é muito baixa. Aqui as pessoas acampam organizadamente, mas também assistem às apresentações bem comportados; não tem os assobios, gritos e palmas que temos no Brasil.
Então fiquei pensando debaixo do meu capacete: “porque os Rotary's Clubes de Morrinhos não encabeçam um festival nesses moldes: um festival anual de rock'n'roll, Pop Rock, Funk, Rap ou música clássica. Já pensaram Morrinhos ficar 24 anos promovendo o mesmo evento? As vantagens: 1) metas anuais de longo prazo oxigenam a instituição; 2) colocaria a cidade no contexto nacional; 3) praticaria filantropia e 4) descobriria jovens talentos. Com a rede de clubes que o Rotary tem no Brasil e no mundo, seria fácil divulgar nas rádios e na TV um CD ou DVD gravado em Morrinhos.
Fiquei até imaginando a velharada do Rotary recepcionando, num festival de Rock, uns caras com piercing em todo rosto, cabelo raspado de um lado e o que sobra espetado com tinta verde e vermelha; as tatuagens compensa a falta de pano nas calças. Aqui tem uns/umas velhinho(a)s bem bonitinho(a)s, cabeças branquinhas trabalhando. Lembrei-me, com saudades, da simpática companheira esposa do Sr. Casimiro, rotarianos que participaram da criação Clube Cidade dos Palmares.

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