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domingo, 31 de julho de 2011

31/07/2011 - Domingo - 100o. dia





Dedico este Post ao pessoal da Secretaria Municipal de Saúde de Morrinhos. Tenho vários amigos lá que acompanham meu blog.

Hoje completaram 100 dias de viagem. Coincidentemente foi um dia de folga. Preferi deixar para segunda-feira a partida rumo a Prudue Bay. Não sei porque. O fim de semana é ruim quando você precisa comprar algo e o comércio está fechado, mas para aquelas bandas nem comércio tem, por isso poderia partir a qualquer momento.
Aviso aos companheiros e companheiras que me acompanham para não se preocuparem com uma eventual sumida da internet. De Fairbanks, onde estou, até Prudue Bay são mais de 800 km e só existe um ponto de abastecimento na metade do caminho, Coldfoot.
Acredito que gastarei 3 dias indo e outros3 voltando, mas pode ser mais. Segundo informações de outros motociclistas a estrada está muito escorregadia com as chuvas que caem diariamente na região.
Estimo que a minha velocidade média na estrada de cascalho será de 30 km/h.
Aproveitamos para fazer uma grande compra de suprimentos para comer na estrada: 24 crossants, 24 conjuntos para Hot-Dog, Castanha de Cajú, leite, Chocolate, café e adoçante.
O problema é como guardar essa comida a noite, tendo em vista que os avisos de urso atacando barracas e carros atrás de comida é comum na região. Com frequência as pessoas nos alertam:”não deixem comida na barraca!”


30/07/2011 - Sábado - 99o. dia








Dedico este post ao amigo Clebston Carvalho, ele que é sócio da Interativa Lan House e um apaixonado pelas minhas viagens. Pessoa muito simpática, sempre com um sorriso no rosto.

O projeto inicial era ficar até domingo no The Anderson Bluegrass Gazette & Country Music, porém a vida já estava ficando sem graça sem a estrada, e resolvemos partirmos hoje. Esperamos apenas nossas vizinhas do Mississipe apresentarem suas canções. Por volta das 15 horas partimos.
A nossa vida estava muito boa. Ontem almoçamos e jantamos numa barraca ao lado da nossa (camisa preta na foto). Hoje ganhamos pão e ingredientes para fazer hot-dog (barbudo na foto). Para mais tarde já tínhamos um convite para participar de um “luau” na beira do rio, com direito a música, bebida e comida de graça. É que a organização reservou um acampamento especial para os músicos na beira do rio e muitos campistas, em vez de assistirem os shows, preferem ficar ao lado dos cantores e levam a bebida e a comida para lá.
Por volta das 21 horas encontramos a casa da feirante em Fairbanks, porém não tinha ninguém, haja vista que dissemos que chegaríamos no domingo. Mas mesmo assim armamos a barraca no quintal.


29/07/2011 - sexta-feira - 98o. dia




Dedico este Post ao Rotariano Paulo de Tarso e sua esposa Maria Martins. Ambos são como eu,  goiatubenses com sangue morrinhense. Temos em comum as recordações do segundo grau escolar: ambos foram meus colegas no Colégio Estadual de Goiatuba.

The Anderson Bluegrass Gazette & Country Music é um evento realizado pelo Lions International há 24 anos no parque Anderson que fica a 140 km de Farbanks. É um local que parece uma reserva ambiental mas tem grande estrutura para camping e não existem as restrições e recomendações comuns aos parques. A pequena, baixa e rala floresta é cortada em vários sentidos por estradas que chegam a pontos de acampamento, por isso acho que não é serva ambiental.
Vagueando pelas barracas montadas ao redor do evento, deparei com uma com o nome The Brasil Nuts. Ao me ver a proprietária já veio dizendo em bom português: “já sabia da existência de brasileiros na festa”. Fiquei muito feliz. É muito bom encontrar alguém que fala nosso idioma. Ela morou 23 anos em Trancoso, na Bahia, onde construiu e ainda mantém casa. Em dezembro, no rigor do inverno daqui, ela vai curtir o verão na Bahia. Lá ela compra um estoque de produtos artesanais: brincos, colares e pulseiras; daqueles que são vendidos na rua e pequenas lojas em toda cidade turística no Brasil e que ela vende por U$ 20 a U$ 30 cada pela. Quando começa o verão aqui novamente volta e participa das diversas feiras e eventos que são rotineiros por aqui durante o verão. Daqui ela já vai para uma cidade onde passamos e onde ela ficará uma semana em outra feira.
Pelo que entendi, esta festa tem as seguintes características: 1) O objetivo é arrecadar dinheiro para transplante de córnea; 2) as bandas que participam não cobram nada; 3) nos primeiros anos era difíl encontrar bandas interessadas, hoje, devido à repercussão do evento, são os organizadores que escolhem as melhores bandas. O trio de cantoras que aparecem numa foto estavam num trailer próximo à nossa barraca e vieram do Mississipe só para participar do evento.
Tudo que vejo de novidade nessa viagem, faço a seguinte pergunta: “isso funcionaria em Morrinhos?”. Claro que nos moldes como o evento é realizado aqui, não. Aqui as pessoas curtem o campo e uma em cada 100 famílias, estimativa minha, tem um trailer. Então reunir uma ou duas centenas deles é fácil.. Mas os organizadores têm duas dificuldades que não temos: gente e animação.
A densidade populacional da região é baixíssima. Fairbanks é a maior cidade num raio de 140 km e tem em torno de 40 mil habitantes. As demais, ao longo da única rodovia que corta o Alaska de sul a norte, são povoamentos.
A animação do americano é muito baixa. Aqui as pessoas acampam organizadamente, mas também assistem às apresentações bem comportados; não tem os assobios, gritos e palmas que temos no Brasil.
Então fiquei pensando debaixo do meu capacete: “porque os Rotary's Clubes de Morrinhos não encabeçam um festival nesses moldes: um festival anual de rock'n'roll, Pop Rock, Funk, Rap ou música clássica. Já pensaram Morrinhos ficar 24 anos promovendo o mesmo evento? As vantagens: 1) metas anuais de longo prazo oxigenam a instituição; 2) colocaria a cidade no contexto nacional; 3) praticaria filantropia e 4) descobriria jovens talentos. Com a rede de clubes que o Rotary tem no Brasil e no mundo, seria fácil divulgar nas rádios e na TV um CD ou DVD gravado em Morrinhos.
Fiquei até imaginando a velharada do Rotary recepcionando, num festival de Rock, uns caras com piercing em todo rosto, cabelo raspado de um lado e o que sobra espetado com tinta verde e vermelha; as tatuagens compensa a falta de pano nas calças. Aqui tem uns/umas velhinho(a)s bem bonitinho(a)s, cabeças branquinhas trabalhando. Lembrei-me, com saudades, da simpática companheira esposa do Sr. Casimiro, rotarianos que participaram da criação Clube Cidade dos Palmares.

28/07/2011 - Quinta-feira - 97o. dia










Dedico este ao Empresário do Ramo de eletrônica Monteiro. Tornamo-nos amigos em Goiatuba, mas agora ele mora em Rio Verde. Pessoa simpatissíssima e de grande coração.


Rota: Cantwell, Healy e Nenana – 440 km



Como a estradas são compridas, então a gente tem mudança de paisagem e a viagem não fica cansativa. Piloto 400 ou 500 km e só descubro que estou cansado quando deito. Assim seria o dia de hoje. Mas quando nos preparava o espírito para começar a procurar pouso encontramos um senhor alegre e comunicativo num trailer que nos convidou para um festival de música country que estava sendo realizado a 40 km atrás.

No inicio dissemos ao senhor que não iríamos. Pegamos a estrada para seguir, mas um estalo deu na Edivânia e me chamou para ir. Dei meia volta na pista e rumamos.

Neste momento estou acampado no local do festival preocupado com o que comer, tendo em vista que, ao contrário do que pensava, o festival está sendo realizado no meio de um parque e, pelo mapa, não tem nenhuma cidade próxima. Mas pelo menos estão montando trailers para venda de comida. O evento só começa amanhã às 18 hs.

O banheiro é muito bem cuidado. Tomei banho quente com direito a fazer a barba. E agora vou dormir.

sábado, 30 de julho de 2011

27/07/2011 - Quarta-feira - 96o dia










Dedico este Post ao meu ex-chefe, companheiro e amigon Dr. Pedro da Lara. Conversar com o Pedro é num dos melhores passa tempo que existe. A gente ri o tempo todo. Cara de bem com a vida.


Rota: Palmer, Anchorage, Palmer e Willow – 494 Km

Como fomos dormir depois das 23 hs, acordamos tarde. Após pegar a estrada e rodar uns 60 km tive que parar para usar a gasolina dos galões é que ontem, devido ao cansaço, fiquei com preguiça de abastecer; esse negócio “no próximo abasteço” não funciona por essas bandas. Assim almoçamos num Mc Donalds de Palmer, cidade próxima de onde dormimos, cujo Wi-Fi não deu para passar as fotos para o Blog, por isso não o atualizei.

Anchorage é uma cidade muito bonita, como quase todas por essas bandas. As pessoas daqui gostam de viver intensamente o verão e transmitem isso com os jardins das suas casa, comércio ou ruas. Não canso de admirar as flores. Em Palmer tinha dois postos de gasolina de frente um ao outro. Gosto de abastecer no Shell, mas o deixei, por causa das flores que enfeitavam cada uma das bombas de um Chefrom.

Alguém me disse que o Alaska tem a maior renda per-capta dentre os estados americanos. Não sei se é verdade, mas que ele tem a maior frota de mono motor (teco-teco) por habitante, com certeza. Às margens da estrada tem diversos pontos de aterrissagem e um aviaozinho estacionado. No meio do nada apareceu um local de compra e venda onde tinha dezenas deles em Anchorage, tem um aeroporto só para eles, onde deve ter centenas. Acredito que na época do frio eles conseguem aterrissar no gelo, por isso essa popularidade. Imagino, também, que a máquina deve ser subsidiada pelo governo, já que a renda com a exploração do petróleo é grande e não tem gente para gastar. A densidade populacional aqui é muito baixa.

No Alaska não tem lavoura e muito menos pecuária. Acho que as crianças daqui não conhecem uma vaca. Nas casas fazem umas hortas, mas lavoura nada. No oeste do Canadá, tão frio quanto aqui, existem lavouras de feno para tratar dos animais. Também a terra daqui é muito ruim em fertilidade. Aliás ela vem perdendo qualidade a medida que venho subindo. As árvores gigantescas da Califórnia vem diminuindo gradativamente.

26/07/2011 - Terça-feira - 95o. dia









Dedico este Post ao Policial Nirlando. Um dos mais novos amigos em Morrinhos. Pessoa tímida e reservada. Só tornamos amigos por causa da peteca do lago.

Rota: Northway, Tok, Slana, Glennallen e Sulton – 512 Km

A viagem de hoje foi apenas de transcurso, sem muita novidade. Como o mapa mostrava falta de cidades ao longo da rodovia, na primeira cidade após a entrada no Alaska, pedimos um super sanduba para reforçar as energias. Eram 10 horas da manhã e o restaurante ainda servia o desgejum.

Com a refeição garantida, rodamos 512 km no dia. Aestrada não ajudou, além de duas demoradas paradas por conta de serviços, existem muitos pedaços de rodovia construidos com cascalho ou brita solta; dezenas ao longo desses 500 km. Por esse motivo não podia desenvolver alta velocidade e a tensão aumenta muito o cansaço.

terça-feira, 26 de julho de 2011

25/07/2011 - Segunda-feira - 94o. dia







Dedico este Post ao Flavinho. Ele que é motociclista e empresário no ramo de motocicleta. Meu comnpanheiro de peteca nas quadras do lago. Jovem moderado nas farras, trabalhador e econômico. Virtudes que o diferencia positivamente.

    A primeira coisa após levantar acampamento foi procurar o pneu para a Celestina. Encontrei o traseiro na loja da Yamaha e não encontrei o dianteiro. Eles venderam o pneu mas não instalavam, então fui para Honda onde troquei pneu, óleo, filtro e verifiquei as lonas de freio traseiras que ainda estãoi boas.  O pneu me custou U$ 229,23 e o serviço na Honda U$ 128,57.
    Saímos de Whitehorse por volta das 16 horas e partimos rumo ao Alaska. Pensei comigo: "só paro para dormir quando chegar na divisa com o Alaska". Assim fui tocando. Por volta das 22:00 hs o sol ainda estava me prejudicando a pilotar, batendo nos meus olhos, quase parei, mas continuei. Quando foi 11:45 cheguei na divisa, ainda bem claro, conforme pode ver nas fotos da placa. Aliás aqui não escurece totalmente nesta época do ano. Qualquer hora da madrugada que acordo o sol está clareando.
    Hoje estou sem inspiração para escrever. Mas ontem me senti muito feliz em ver a placa do Alaska. Mesmo com um frio bem forte e milhares de muriçocas me atacando, tirei a jaqueta para tirar uma foto com meu uniforme amarelo. Fiquei tão feliz que resolvi acampar alí mesmo. Ao lado do marco da divisa tinha uma grama do lado do Canadá onde armei a barraca para descansar um pouco, tendo em vista que já passava da 1:00 hora da madrugada e o dia já estava claro, convidando para pegar a estrada novamente.
     Eu tenho um grande defeito que me prejudica muito. Não consigo ser totalmente feliz com o momento atual. A sensação de felicidade para mim é muito curta. Em vez de dormir sorrindo com o objetivo alcançado, pensando quão bom é viver uma aventura como essa, mas não, logo os pensamentos sobre o futuro invadiram minha mente e expulsaram os sentimentos de felicidade. Daí para frente os pensamentos dominantes foram a chegada no Círculo Ártico e ao extremo norte do Alaska em Prudoe Bay..
    Mas com certeza essa lembrança não apagará nunca das minhas recordações.

24/07/2011 - Domingo - 93o. dia

Hoje foi um dia sem atividades. Um pouco chuvoso e aproveitamos a estadia para ficar no camping para ageitar as coisas e lavar as roupas mais finas. Fazer as unhas e a sobrancelha e outros.
Saimos apenas para comer e fazedr umas compras de supermercado e voltei para tirar uma pestana vespertina.

domingo, 24 de julho de 2011

23/07/2011 - Sábado - 92o. dia



Dedico este Post ao amigo de adolescência, Deusmar e sua esposa Ocirene, empresários do ramo de auto peças em Goiatuba.

     Conforme citado no blog de ontem, hoje domingo, permaneci em Whitehorse visando trocar o óleo e os pneus da Celestina. A cidade  é pequena, 26.418 habitantes pelo folheto,  mas muito desenvolvida comercialmente. Além de ser um entreposto para o noroeste do Canadá e norte do Alaska, a cidade serve de ponto de partida para os turistas que gostam da natureza. Daqui pode pregar voos em hidro-aviões para os lagos gelados do norte ou simplesmente fazer uma pescaria e visualizar a natureza na região. Para se ter uma ideia do movimento turístico, hoje entre as 7:00 e as 10:00, enquanto estava no camping, quatro jatos decolaram. Um vi que era comercial, os demais só escutei o barulho.
      A cidade tem fundação marca em 1897, mas tem poucas construções remanescentes desta época.   Estou procurando, também, uma câmara fotográfica, tendo em vista que a minha, depois de molhar, perdeu o foco.

      No dia 21/07/2011 completaram 3 meses de viagem e como de costume vou prestar conta hoje, porém os dados foram fechados naquele dia:

                                                 Meses Anteriores             Mes atual                 Acumulado
Combustível Litros..........                 831,31                         611,33                     1.442,64
Combustível Valor..........              1.695,26                       1.149,96                     2.845,22
Alimentação....................              1.482,68                       1.330,66                     2.813,34
Passeio............................                  522,44                         185,57                         708,01
Moto...............................                  125,21                          107,62                        232,83
Hotel..............................                   659,18                         528,33                      1.187,51
Aduana..........................                    427,36                         107,36                        534,72
Pedágio.........................                       44,47                          58,77                        103,24
Avião.............................                 2.046,78                             0                         2.046,78
Roupas...........................                      0                            2.263,84                     2.263,84
Medicamentos/protetor..                      0                                 49,00                          49,00
Equipamentos eletrônicos.                   0                               445,61                       445,61
Outros..............................                  247,79                         108,75                      356,54

Total...................................             7.251,17                     6.335,47                  13.586,64

Média diária de despesas R$              120,85                        211,18                       151,00
Km rodados..........................              13.575                           9.536                       23.111
Km/dia .................................                   223                              318                            257
Consumo Km/litros                                16,33                           15,60                         16,02

sábado, 23 de julho de 2011

22/07/2011 - Sexta-feira - 92o dia











Dedico este Post ao Professor Waldir Fernandes, meu amigo Waldirão. Ele foi contratado na Telegoiás em 1985 pelo então chefe de Distrito, Rogério Troncoso. O objetivo, segundo o contratante, era injetar sangue novo na equipe. Na época pensei que o sangue estava contaminado, mas hoje somos grandes amigos.

Rota: Tatoga, Dease Lake, Good Hope Lake, Upper Liard (nenhuma é cidade) - 492 km rodados

Hoje saímos da British Columbia e entramos no território de Yukon. Deixamos a rodovia CA-37 e pegamos a CA-1. Faltando aproximadamente 300 km para chegarmos na cidade de Withehorse, paramos para dormir numa área de pesca e entretenimento; junto com vários trailers. Hoje não tivemos muitas emoções na viagem, a não ser a visualização de mãe e filhote de um Caribu. No trajeto passamos por uns quatro lagos e dois parques, semelhantes aos anteriores. Agora concordo que o Canadá tem a maior reserva de água doce do mundo. São inúmeros rios e diversos lagos. Estes são todos na cor verde escuro, quase negros, e os rios invariavelmente de águas claras, variando de transparentes a azuis.

Encontramos com diversos motociclistas no percurso, mas o que me chamou a atenção foi um jovem que saiu de Nova Iorque e vai até ao Alaska, numa moto bem velha e mal cuidada. A bicha vasa óleo e tem a pintura toda estragada. O rapaz é tímido. Encontramos com ele três vezes na estrada e ele fica sozinho descansando. No primeiro encontro, quando viu o nome Brasil na Celestina, ele aproximou todo curioso. Na segunda já pedi hospedagem em Nova Iorque na casa dele. Ele me passou o e-mail e disse que se estiver voltado até lá será um prazer. O site dele é algo mais ou menos assim; a letra não ficou legível: 

http://manboyinthepromisedland.com/


Mas o que ocupa minha mente por muito tempo, enquanto estou pilotando, são os ciclistas. Admiro-os, pela coragem e determinação, mais que os motociclistas. Por toda a viagem, exceto nas freeways, onde são proibidos de trafegar, a gente os encontra. Mas aqui no Canadá me impressiona mais. Nos últimos três dias percorremos em torno de mil quilômetros onde o espaçamento entre uma construção e outra varia entre 80 a 220 km; até agora já passei por seis trechos desses, onde não se encontra nenhuma, sem exagero, nenhuma habitação; nenhuma fazenda; nenhum morador isolado. Na última quarta-feira choveu quase o dia todo e, ontem e hoje, pegamos alguns trechos com chuva que faz o frio ficar muito forte. Mesmo assim, nesse período encontramos em torno de 20 ciclistas em grupos de três, dois, casal e solitários, estes a maioria. Se para nós motociclistas é difícil conciliar comida, imagine para eles. Sem falar nas gigantescas muriçocas, que atacam às milhares, estão por todo lado e não respeitam movimento. Mesmo mexendo com as mãos elas atacam. Imagino que elas os picam quando estão na subida.

Não gosto muito de conversar com os ciclistas devido suas calças ou calções. Eles colocam uma almofada na região pélvica que aumenta muito o volume da mesma. Não sei se é por causa da anatomia do selim ou por vaidade, eles ainda dão uma levantada geral na genitália que destaca mais ainda. Até que o cérebro processa que aquilo não é tamanho, mas enchimento, o sentimento de inveja já me atacou. Não gosto muito que minha mulher veja, também. Tenho medo dela sub-avaliar o que tem em casa.

Será que meu amigo Dr. Leonardo Frauzino, ciclista apaixonado, usa essa roupa
Ele parece tão sério e respeitador, acho que não.