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sábado, 23 de julho de 2011

22/07/2011 - Sexta-feira - 92o dia











Dedico este Post ao Professor Waldir Fernandes, meu amigo Waldirão. Ele foi contratado na Telegoiás em 1985 pelo então chefe de Distrito, Rogério Troncoso. O objetivo, segundo o contratante, era injetar sangue novo na equipe. Na época pensei que o sangue estava contaminado, mas hoje somos grandes amigos.

Rota: Tatoga, Dease Lake, Good Hope Lake, Upper Liard (nenhuma é cidade) - 492 km rodados

Hoje saímos da British Columbia e entramos no território de Yukon. Deixamos a rodovia CA-37 e pegamos a CA-1. Faltando aproximadamente 300 km para chegarmos na cidade de Withehorse, paramos para dormir numa área de pesca e entretenimento; junto com vários trailers. Hoje não tivemos muitas emoções na viagem, a não ser a visualização de mãe e filhote de um Caribu. No trajeto passamos por uns quatro lagos e dois parques, semelhantes aos anteriores. Agora concordo que o Canadá tem a maior reserva de água doce do mundo. São inúmeros rios e diversos lagos. Estes são todos na cor verde escuro, quase negros, e os rios invariavelmente de águas claras, variando de transparentes a azuis.

Encontramos com diversos motociclistas no percurso, mas o que me chamou a atenção foi um jovem que saiu de Nova Iorque e vai até ao Alaska, numa moto bem velha e mal cuidada. A bicha vasa óleo e tem a pintura toda estragada. O rapaz é tímido. Encontramos com ele três vezes na estrada e ele fica sozinho descansando. No primeiro encontro, quando viu o nome Brasil na Celestina, ele aproximou todo curioso. Na segunda já pedi hospedagem em Nova Iorque na casa dele. Ele me passou o e-mail e disse que se estiver voltado até lá será um prazer. O site dele é algo mais ou menos assim; a letra não ficou legível: 

http://manboyinthepromisedland.com/


Mas o que ocupa minha mente por muito tempo, enquanto estou pilotando, são os ciclistas. Admiro-os, pela coragem e determinação, mais que os motociclistas. Por toda a viagem, exceto nas freeways, onde são proibidos de trafegar, a gente os encontra. Mas aqui no Canadá me impressiona mais. Nos últimos três dias percorremos em torno de mil quilômetros onde o espaçamento entre uma construção e outra varia entre 80 a 220 km; até agora já passei por seis trechos desses, onde não se encontra nenhuma, sem exagero, nenhuma habitação; nenhuma fazenda; nenhum morador isolado. Na última quarta-feira choveu quase o dia todo e, ontem e hoje, pegamos alguns trechos com chuva que faz o frio ficar muito forte. Mesmo assim, nesse período encontramos em torno de 20 ciclistas em grupos de três, dois, casal e solitários, estes a maioria. Se para nós motociclistas é difícil conciliar comida, imagine para eles. Sem falar nas gigantescas muriçocas, que atacam às milhares, estão por todo lado e não respeitam movimento. Mesmo mexendo com as mãos elas atacam. Imagino que elas os picam quando estão na subida.

Não gosto muito de conversar com os ciclistas devido suas calças ou calções. Eles colocam uma almofada na região pélvica que aumenta muito o volume da mesma. Não sei se é por causa da anatomia do selim ou por vaidade, eles ainda dão uma levantada geral na genitália que destaca mais ainda. Até que o cérebro processa que aquilo não é tamanho, mas enchimento, o sentimento de inveja já me atacou. Não gosto muito que minha mulher veja, também. Tenho medo dela sub-avaliar o que tem em casa.

Será que meu amigo Dr. Leonardo Frauzino, ciclista apaixonado, usa essa roupa
Ele parece tão sério e respeitador, acho que não.

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