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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

31/10/2011 - 202o. dia - Portobelo - Panamá

A missão de hoje era dirigir para meus anfitriões até a cidade de Panamá. Ela tinha que levar os 600 tamalitos que fez por encomenda da Presidencia da República para a festa da República que comemora a partir do dia 03/11. Aproveitamos para fazer compras de supermercado.

Na volta passei na oficina onde a Celestina está para deixar a chave, com a qual quero que funcionem-na de vez em quando. Levei também uns sacos de supermercado para tampar as partes expostas e guardar os parafusos soltos.

Meu coração doeu ao vê-la naquele estado. Voltei para casa meio tristonho, mas já estou bom. Amanhã se não amanhecer chovendo iremos visitar a Zona Franca de Colon.

30/10/2011 - 201o. dia - Portobelo - Panamá

Hoje choveu o dia todo e quase sempre muito forte. Ontem a Edina pediu ajuda da Edivânia no preparo do almoço, tendo em vista que o filho do anfitrião que mora dos Estados Unidos chegaria e outros amigos deles viriam para almuçar e trariam mariscos para uma panelada.

Assim a Edivânia foi ajudá-la e eu fiquei terminando a redação do Post de ontem. Considerando que uso a internet ao céu aberto, na beira do mar, com chuva foi impossível usá-la.

No almoço foi servido um arroz com leite de coco e outras misturas, acompanhado da panelada de mariscos. A princípio não gosto desse prato, nem mesmo de camarão. Mas quando servi achei tão gostoso que repeti. Até o camarão estava gostoso.

Depois voltamos para o quarto, onde ficamos o resto dia escutando a chuva, ouvindo música brasileira no computador, dormindo e jogando paciência.

29/10/2011 - 200o. dia - Portobelo - Panmá - Parado aguardando conserto moto

Levantei quando ainda eram cinco horas da manhã. Fiz um café no meu fogão improvisado utilizando álcool e com o copo na mão deixei minha parceira dormindo e fui para a beira do mar. Sentei na ponta de uma carreta de transportar barcos e fiquei bebericando o café olhando para a água tentando enxergar algum peixe.

Atrás de mim estava o sobrado da filha do meu anfitrião cuja varanda avança até dentro do mar. Fiquei por muito tempo tentando chegar a uma conclusão de como eles conseguiram fazer aquela barreira de cimento dentro da água. Nessa observação os pensamentos melancólicos da conversa do dia anterior voltaram na minha mente e eu comecei a meditar olhando para o mar, com uma dorzinha no coração. A mesma com a qual adormeci ontem.

Não gosto de iniciar a conversa com uma pessoa perguntando: “porque você está triste?”. Essa é uma pergunta tendenciosa que leva a mente do interlocutor para um lugar triste que, as vezes, nem estava pensando. Posso ver a pessoa triste, mas não pergunto o porquê. Procuro conduzir o diálogo para um plano mais alegre com o intuito de desviar o sofrimento da mesma. Mas ontem quando iniciei a conversa com o meu novo amigo, fui logo perguntando: “porque está triste?”. Antes mesmo de terminar de perguntar já estava sentado ao seu lado e a conversa deslanchou. Logo começou a me dizer o motivo pelo qual estava triste: “tenho seis filhos e vivo como se não tivesse nenhum e nessa hora da tarde lembro-me deles”, disse-me, enchendo os olhos de água e, na medida que discorria, suas faces molharam a ponto de ter que enxugá-las. Depois consertou, dizendo que um deles, que mora nos Estados Unidos é seu amigo o que ainda o alegra com suas visitas.

Como ainda não tinha visto a sua filha que mora em frente fazendo-lhe uma visita nem conversando, desde que cheguei, perguntei sobre o relacionamento de ambos. Em resumo deu para entender mais ou menos o seguinte: ele brigou com a filha porque ela exigiu a posse de parte do terreno dele para construir o sobrado; ele dividiu um terreno que tinha do outro lado da baía, dando um lote para cada um dos filhos e eles venderam logo em seguida, fato que o magoou muito e, também não me ficou muito claro, mas parece que queriam que o velho lhes passassem o direito da casa onde mora, para que sua companheira não seja herdeira quando ele morrer.

Com essas lembranças em mente comecei a filosofar sobre a relação paterna e a melancolia bateu mais forte. Como pode uma pai criar seis filhos e aos 86 anos não contar coma amizade dos mesmos? Esse cara falhou completamente na criação dos filhos? O que leva fatores financeiros a interromper uma amizade paterna? A primeira vista, pelo meu entendimento, o pai é o errado. Se tem terreno sobrando porque não dar para a filha? Se doou os terrenos para que impedir a venda?

Mas a questão filosófica transcende à avaliação de certo e errado. Independentemente de quem está errado todos devem estar sofrendo um pouco. Assim como ele chora pela falta dos filhos, alguns deles devem sofrer em determinados momentos da vida.

Pela idade do pai, todos os filhos devem ter mais de 50 anos. Pelo menos a filha deve ter uns 60 anos. São pessoas que podem morrer a qualquer momento sem perdoar o próprio pai ou o próprio filho. É muito triste.

Vejo pais com filhos no braço e fico me perguntando: “porque esse carinho não dura o resto da vida?”. Enquanto criancinha ambas as partes são carinhosas, mas com o passar do tempo a desculpa do pai de ser mais rigoroso para educar e inserção do jovem no meio social vão corroendo essa relação tão bonita.

Meu pai gostava de ouvir uma música sertaneja intitulada “Filho Adotivo”, tendo em vista que ele foi um. Por incrível que pareça, enquanto meu pai era vivo, foi melhor filho que os os três legítimos. A história do meu anfitrião não envolve filho adotivo, mas mesmo assim, me remeteu a meu tempo de criança e resolvi transcrever a letra da música aqui:

Com sacrifício; Eu criei meus sete filhos; Do meu sangue eram seis; E um peguei com quase um mês; Fui viajante; Fui roceiro, fui andante; E prá alimentar meus filhos; Não comi prá mais de vez...Sete crianças; Sete bocas inocentes; Muito pobres, mas contentes; Não deixei nada faltar
Foram crescendo; Foi ficando mais difícil; Trabalhei de sol a sol; Mas eles tinham que estudar... Meu sofrimento; Ah! meu Deus, valeu a pena; Quantas lágrimas chorei; Mas tudo foi com muito amor; Sete diplomas; Sendo seis muito importantes; Que as custas de uma enxada; Conseguiram ser doutor...; Hoje estou velho; Meus cabelos branqueados; O meu corpo está surrado; Minhas mãos nem mexem mais; Uso bengala; Sei que dou muito trabalho; Sei que às vezes atrapalho; Meus filhos até demais...; Passou o tempo; E eu fiquei muito doente; Hoje vivo num asilo; E só um filho vem me ver; Esse meu filho; Coitadinho, muito honesto; Vive apenas do trabalho; Que arranjou para viver...; Mas Deus é grande; Vai ouvir as minhas preces; Esse meu filho querido; Vai vencer, eu sei que vai; Faz muito tempo; Que não vejo os outros filhos; Sei que eles estão bem; Não precisam mais do pai...; Um belo dia; Me sentindo abandonado; Ouvi uma voz bem do meu lado; Pai eu vim práadotivo; Que a este velho amparou... http://letras.terra.com.br/sergio-reis/103196/#selecoes/103204/. Composição: ARTHUR MOREIRA/SEBASTIÃO FERREIRA DA SILVA.


Olhando para aquele mar inquieto as lágrimas verteram-se a ponto de tê-las que enxugar. Naquele momento não consegui recordar de nenhum exemplo de relação pai e filho que atendesse os padrões de amizade que eu estava buscando. Agora, quando escrevo, lembrei de um pai com três filhos, todos trabalhadores braçais, que prestaram serviço na chácara que eu tinha. Esses sim eram amigos. O filhos chamavam o pai de veado e o pai replicava. O filhos pegavam na nádega do pai e passavam o dia rindo um dos outros. Esse foi o único exemplo que me veio na cabeça. Mas aí outra questão veio à minha mente: “eles eram absolutamente desprovidos de recursos financeiros. Será que teriam a mesma amizade se fossem ricos?”. Na medida que a escrita foi desenvolvendo, outros exemplos de relações paternas conteporâneos floresceram as minhas lembranças. Tenho pelo menos dois amigos que mantém uma relação bem bonita com os filhos.

Essas questões paternas me têm sensibilizado muito devido a minha própria vida. Sou como o meu anfitrião: sempre acho que meus filhos estão errados. O divórcio detonou a relação que tinha com meus filhos, sobretudo com os dois mais velhos. Assim como aqui, os dois não conversam comigo. Ou será eu que não converso com eles? Não sei! Meu filho mais velho condicionou sua amizade em troca da cessão de um bem para sua mãe, que ele julga justo na partilha do divórcio. Por esse valor ele voltaria ser meu amigo, segundo afirmação dele próprio através de mensagem eletrônica. Quanto a mim, penso que numa negociação, para saber se é justa, temos que fazer a seguinte pergunta: “Eu aceitaria minha proposta se estivesse do outro lado?”. No caso do divórcio fiz essa pergunta e a resposta foi positiva: eu aceitaria a parte que ofereci e daria em troca a parte que escolhi.

Tenho a meu favor, como consolo mental, que, pelo menos, eu fiz minha obrigação de aproximar. Mesmo sem a vontade dele eu o visitei. Acampei na praça em frente sua casa e tive que ser aceito. Ele me tratou bem durante os cinco dias em que fiquei em seu convívio, mas logo que saí recebi novas mensagens reiterando sua reivindicação. Então agora, só me resta esperar. Há um dito popular afirmando que o tempo cura qualquer ferida. Mas esse adágio não é verdadeiro, tendo em vista que algumas chagas pioram com o passar do tempo.

O filho do meio não estabeleceu condições alguma. Simplesmente não gostou das minhas ações e eu não gostei das acusações dele, de forma que pusemos fim a um grande companheirismo na torcida do nosso time de coração. Nos dias de jogos do Flamengo trocávamos até 20 torpedos na hora do jogos. Agora quando vejo os resultados pela internet, me recordo daqueles momentos felizes. Sem contar os jogos assistidos no Estádio do Maracanã, onde eu recebi dezenas de beijos durante a partida. Tenho certeza que ele lembra também.

Assim como meu progenitor gostava de ouvir uma música para reforçar suas relações com seu pai adotivo eu também gostava de escutar outra, não pela sua beleza, mas para fazer uma reflexão da minha relação com meu pai. Também, porque na época eu tinha uma crença que eu pagaria a meus filhos tudo que fizesse de ruim para meu pai. A música se chama “Couro de Boi”, cuja letra, também transcrevo abaixo:

“Conheço um velho ditado, que é do tempo dos agáis. Diz que um pai trata dez filhos, dez filhos não trata um pai. Sentindo o peso dos anos sem poder mais trabalhar, o velho, peão estradeiro, com seu filho foi morar. O rapaz era casado e a mulher deu de implicar. "Você manda o velho embora, se não quiser que eu vá". E o rapaz, de coração duro, com o velhinho foi falar: Para o senhor se mudar, meu pai eu vim lhe pedir; Hoje aqui da minha casa o senhor tem que sair; Leve este couro de boi que eu acabei de curtir; Pra lhe servir de coberta aonde o senhor dormir; O pobre velho, calado, pegou o couro e saiu; Seu neto de oito anos que aquela cena assistiu; Correu atrás do avô, seu paletó sacudiu; Metade daquele couro, chorando ele pediu; O velhinho, comovido, pra não ver o neto chorando; Partiu o couro no meio e pro netinho foi dando; O menino chegou em casa, seu pai foi lhe perguntando. Pra quê você quer este couro que seu avô ia levando; Disse o menino ao pai: um dia vou me casar; O senhor vai ficar velho e comigo vem morar; Pode ser que aconteça de nós não se combinar; Essa metade do couro vou dar pro senhor levar”. http://letras.terra.com.br/sergio-reis/103196/. Composição: TedyVieira / Palmeira.

Certamente não fui um bom filho e hoje estou pagando pelo que fiz. Mas hoje eu não tenho essa crença mais. Sei que estou recebendo o que mereço. Nas relações humanas a gente “colhe o que planta” e com certeza não plantei a amizade de forma correta com meus filhos. Contrariando a mãe, mandei-os muito cedo para estudar fora e, enquanto lá, eu não era de conversar com eles; escutar-lhes sobre suas inseguranças e incertezas. Meu negócio sempre foi cobrar; cobrar e cobrar.

Acho que a Edivânia está certa. Ela não deseja filhos; nunca desejou. Quando a conheci achei que era “golpe”. Pensei: “essa mulher está tentando me atrair. Como alguém não quer ter filho? “. Mas com o passar do tempo cheguei a conclusão que a afirmação era verdadeira. Até tentei convencê-la ao contrário, dizendo que a procriação é uma Lei Universal e que, como toda Lei, contravertê-la, traria sofrimento. Mas ela permanece irredutível; seguindo a mesma lógica deste texto, ou seja, a proporção de pais felizesos com os filhos  adultos é muito pequena.

Ainda pensava nela quando chega trazendo meu lanche. Preparou o leite no quarto e foi me entregar lá na beira do mar e, como se adivinhasse meus pensamentos, passou-me a comida fazendo uma declaração de amor. O sorriso brotou no meu rosto novamente ao pensar que pelo menos aquela pessoa poderia tornar-se a Edna da minha vida e abracei-a. É claro que terei que ser mais eficiente na condução da nossa amizade do que fui na criação dos meus filhos.

Depois fomos à cidade caminhando para fazer exercício e comprar uns pães. Quando voltávamos vimos o barco, no qual íamos atravessar o caribe, partindo e já singrava as águas calmas da baía de Porto Belo. Ando muito sensível, porque novamente senti uma pequena sensação de perda. Mais tarde acompanhamos nosso anfitrião num passeio de carro pela redondeza da cidade.

O restante do dia foi chuvoso e eu aproveitei para fazer essas anotações. Quero ver se amanhã amanheço mais alegre. Sou de opinião que a felicidade e a tristeza são objetos físicos (não abstratos) que ficam alojados na nossa mente, cabe-nos saber escolher a melhor opção para cada momento. Hoje eu escolhi a tristeza porque estava afim de meditar sobre minhas relações paterna. Mas amanhã, com certeza, a felicidade será a gestora das minhas ações.

A noite voltei ao mesmo local, na beira do mar e escrevi no meu facebook: “A vida tem que ser igual às ondas do mar ao qual estou em frente neste momento: nunca parar. As luzes da orla, refletindo nele, torna-o mais lindo, como o amor e a amizade ilumina a vida.”. Acho que essa frase é minha.

28/10/2011 - 189o. dia - Portobelo - Panamá - Parado - Defeito na moto

Hoje fomos até Porto Lindo negociar a alteração do dia da viagem. O mesmo barco que havíamos contratado tem outras saídas previstas para o dia 12 e 26/11. Acho muito difícil poder embarcar no dia 12. Mas, pelo que entendi, se formos nesse barco não perderemos o adiantamento.

Percorremos a pé os 4 km que separa nossa hospedagem da cidade de Portobelo e fomos para a saída rumo a Porto Lindo. Em vez de procurar ônibus ou taxi, começamos a pedir carona. Não demorou muito uma camioneta parou e embarcamos. O motorista não ia até o nosso destino, mas nos levou até lá. Ele simpatizou muito com a Edivânia perguntando se ela só cuidava de mim ou se era minha mulher também. Disse que não me entedia e preferia conversar com ela. Entre uma pergunta e outra convidou-nos para ir com ele até sua chácara, dizendo que era ao lado mar e muito bonita, tinha cano, etc. Recusamos o convite de hoje, mas deixamos em aberto outra oportunidade, quando ele poderia nos pegar na pousada.

Um dos motivos que não aceitamos o convite foi devido ao convite nos feito pela Edna, a mulher que cuida do Sr. Angelo, para que a Edivania a ajudasse a enrolar Tamalito, uma espécie de pamonha feita com milho seco, cozido e moido. A única diferença é com relação ao milho que no Brasil é verde, ainda mole. Aqui eles poem ervilha, frango, uva passa, cebola e extrato.

O serviço só foi começar lá pelas 16 horas. Enquanto a Edivania foi ajudar eu fiquei conversando com o Sr. Angelo. É difícil entendê-lo porque ele fala enrolado e ainda mistura inglês com espanhol. Mas com o tempo, fui familiarizando com a linguagem e o papo rolou legal.


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

27/10/2011 - quinta-feira - 188o. dia - Portobelo - Panama


Não sei se fico triste com o acontecido com a Celestina ou se fico alegre com o apoio que recebi das pessoas daqui e também por poder conviver com elas mais alguns dias.
         Desde que tirei a carga da Celestina ela alterou o comportamento. Quando andava a 30 km/h a roda dianteira balançava fortemente de um lado para outro. Todas as vezes eu dizia para a Edivânia que a roda da frente precisava ser balanceada. Mas não me preocupei. Fui duas vezes em Porto Principe, todo dia saia pelo menos uma vez na cidade e sempre ela balançando muito a frente quando andava abaixo de 30 km/h.
         Então ontem programamos uma ida até Colon, cidade grande, a 35 km daqui, para buscar algum mecanico que pudesse dar uma olhada no problema. Se não encontrássemos, hoje cedo sairíamos para Panamá. Não queria chegar na América do Sul com problemas.
         Assim, conforme previsto ontem partimos para Colon. Após poucos quilomentros rodados o probelema aumentou. Descemos olhamos daqui e dali não vimos nada. Andamos mais e ela começou a pular e aí eu vi uma oficina mecanica de carro na beira da estrada e parei. Quando olhamos para o pneu ele estava saindo fumança e tinha desgastado de um lado de esfregar em algo. Foi aí que a Edivânia viu os raios quebrados. Após uma rápida análise verifiquei que quase todos raios traseiros do lado direito tinham quebrados. O desespero bateu; o intestino avisou que tinha que correr para um banheiro e o suor apareceu na careca.
       Ninguém tinha telefone de um guincho. Nem os motoristas de taxis que aparecderam por lá. Após uma reflexão, achei melhor pedir para algum deles tirar a roda e eu sair com ela procurando socorro. Mas, quem diz que alguém quiz mexer na moto. Todos alegavam que suas especialidades era com carros. Depois de muito custo um dos mecanicos me perguntou se eu sabia como fazer e me emprestaria as chaves. Mas eu recusei e propus-lhe ir orientando paço a paço.
         Assim depois de umas duas horas eu estava com a roda na mão. “E agora? O que fazer?” Já estava tarde para seguir para frente e cedo para voltar para casa. Um motorista de taxi já espreitava por ali sabendo que precisaríamos de transporte. Ele mesmo sugeriu-nos ir para Colon, mas eu já tinha decidido voltar para Portobelo. Diante da proposta de U$ 20,00 do taxisista para rodar em torno de 20 km a Edivânia deu a bronca: “nem!!! pode deixar. Nós vamos pegar uma carona aqui! Pode deixar!”. E assim fizemos. Fomos para a porta da oficina e começas balançar a mão. Ao nosso lado um mecanico tentava-nos convecer a contratar o taxi. Em menos de 10 minutos um carro para e era a filha do Sr. Angelo, dono do quarto onde estamos, que nos reconheceu e nos colocou no meio de dois grandes cachorros. Um deles veio deitando no meu colo.
        O motivo de voltar para Portobelo era a convicção que tínhamos dele pegar seu carro e nos levar até a cidade de Panamá. Era uma hipótese bem remota, tendo em vista que ele já tem 86 anos e dificilmente aceitaria fazer uma viagem dessa. Mas mesmo assim, a Edivania foi até ele e pediu alegando que eu sou bom mottorista e poderia ir dirigindo. Junto com ele sempre fica a Sra. Edna que é a pessoa que cuida dele; sua fiel escudeira. Trata-o com todo carinho, como se fosse uma criança. Apesar da dificuldade em entender nosso idiomas, compreenderam o que queríamos e pediram uns 20 minutos para pensar.
         Enquanto eles pensava rumamos até Portobelo que deve ficar uns 4 km daqui, com o objetivo de sacar dinheiro e localizar uma concessionária Honda em Panamá na internet. Voltamos correndo porque já era noite e o Sr Angelo, dorme cedo. Quando chegamos em casa os dois estavam sentados na área nos aguardando com a reposta positiva. Só não concordaram com minha proposta de sair as 5 hs. A Edna impos que ele sairia as 7 hs, após ter tomado café.
         Dormimos felizes pensando que já traríamos a roda arrumada no mesmo dia. Que a concensionária terias o raios em estoques e ainda daríamos para pegar o veleiro para o qual já adiantamos U$ 200.
          A primeira dificuldade foi enfrentar os engarrafamentos na entrada e dentro da cidade. A segunda foi encontrar uma oficina. Depois de demorar encontrar uma, a mesma só vendia motos e não arrumavam e nos mandaram para um outro lugar no centro da cidade. O nosso carro é uma perua. Agora imaginem parar uma perua para pedir informação a cada esquina? Mas encontramos. Porém o gerrente nos atendeu com tanto pouco caso que demoramos acreditar que alí era uma agencia autorizada. Com a cara mais sem motivação nos disse que gastaria 30 dias para os raios chegarem.       Pensei que era brincadeira. Mas não era.
       Esse cara mesmo orientou ir numa loja da Harley para ver se eles tinham. Saímos com esse propósito, porém passamos em frente uma concessionária Yamaha e, também não tinha oficina. Mas nos orientou uma multi-marca que tinha logo a frente.
       Chegando nessa oficina o clima mudou. Todo mundo queria ajudar. Um dos mecânicos pensou em até cordar raios maiores, rosquea-los e instalá-los. Mas a ideia foi inviável. Fomos no balcão e a moça nos atendeu muito bem dizendo que numa semana ele conseguia trazer os raios dos USA, mas eu teria que pagar uma taxa de transporte. Após eu concordar ela ligou para seu transportador e ele disse ser impossível, tendo em vista que entre os dias 3 e 11/11 será comemorada a semana da Pátria no país e todos os funcionários públicos estarão liberados do trabalho. Até mesmo os serviços privados fecha na quinta-feira e só voltam na segunda ou terça. Mas me garantiu que faria tudo para trazer em 15 dias.
         Naquela altura achei que deveria pedir ali mesmo. Depois do negócio fechado ela resolve ligar para o cara que instala raios e alinha roda. O cara afinou. Alegou que nunca instalou em rodas com 52 raios. E não topou fazer a primeira. O mecanico muito atencioso ligou na Haley e eles também não tinham.
     Então voltei à oficina anterior, do cara meio sem entusiasmo. Chegando lá alegamos que a menina tinha garantido 15 dias e ele poderia fazer o mesmo. Mas ele foi irredutível. Disse que teria que pedir da fábrica e não era rápido.
      No final acabamos acertando assim: pedi os raios na loja de 15 dias que ligará para a outra pegar e oinstalar. Mas não tenho fé que saia antes de 20 dias.
        Na volta passamos onde a Celestina está para dar a noticia ao pessoal do tempo que ela ficará lá e outra surpresa: queriam nos cobrar U$ 10 por dia como custo de aluguel. A Edivânai ficou “macha”de novo e eu saí de perto. Em certa altura o cara baixou para U$ 5 por dia e no final disse “tá biem, depois a senhora me dá alguma coisa”.
        Estou com pena da Celestina. Ela está num local muito feio. Tenho medo também porque eles terão que arredá-la para um local menos movimentado e poderá danificá-la. Nem quis ver. No sábado vou pegar um Onibus e dar uma tampada nelo com uma lona que tenho.
         Amanha cedo vou levar a Edivânia para acertar com a Silvia do Veleiro. A esperaça dela é que, pelo menos, a Silvia aproveita o adiantamento numa outra viagem com o mesmo capitão.
Cheguei em casa muito cansado. Enfrentar o trânsito, as surpresas desagradáveis e ainda carregar a roda umas três vezes, inclusive atravessando uma super avenida.
      Agora, resta-me esperar.
Ontem fiz uma declaração de amor tão bonita para minha Celestina querida.

26/10/2011 - Quarta-feira - 187o. dia - Portobelo - Panamá



A preocupação com a viagem provoca até um enfraquecimento dos sentimentos. O leitor acredita que a Celestina completou 100.000 km rodados e nem cantei parabéns para ela? Devia ter comprado uma torta e acendido umas velinhas. Ela merece. Afinal, tem sido uma ótima companheira até agora. Comporta muito bem; dificilmente adoece; não é igual a umas mulheres quem tem por aí que gastam muito com sapatos. Devo chegar ao Brasil com uma única troca de sapatos. Não precisa de suplemento alimentar, qualquer coisa que colocar no seu estômago ela digere. É bonita e forte; onde chega chama atenção, ora pela beleza; ora pela força em transportar tamanha carga. Então não me perdou por tamanho lapso de sentimentos. Só agora que foi cair a ficha quando já está com 105.902.
Estava esquecendo também do quanto ela já trabalhou nessa viagem: Faltam apenas 400 km para ela completar 50.000 km rodados apenas nessa rota.
Celetina! Prometo, perante todos meus leitores, que doravante serei mais carinhoso com você. Todos dias de manhã, antes de partir, te darei um beijo. Prometo também, que quando chegar em Morrinhos vou colocar você num SPA, onde alguns profissionais verificarão suas articulações e substituirão aquelas que estiverem frágeis. Prometo que cumprirei o prometido.
Daqui do quarto, enquanto a chuva cai e enquanto aguardo o tempo passar para pegar o navio, vejo-a quieta e calma esperando a hora de partir. Mal sabe ela que passará por sérios riscos nos próximos dias. Deverá ser colocada manualmente numa canoa quase do tamnho dela e um outro homem deveráa ir com as pernas abertas apoiadas na beirada da canoa para mantê-la equilibrada. Depois, já dentro do navio enfrentará 5 ou 6 dias de chuva, sol e maresia. 

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

25/10/2011 - terça-feira - 186o. dia - Portobelo - Panamá








Dedico este Post à Cenília, minha nora mais antiga. Ela que patrocionou minha viagem doando um lençol e fará aniversário no dia 01/11. Como nesse dia estarei incomunicável na Ilha San Blaz já vou deixar registrado com bastante antecedência. Prometo que lembrarei dela quando estiver na ilha. http://www2.uol.com.br/mochilabrasil/sanblas-panama.shtml

A difícil arte de esperar. Sempre fui afobado, por isso, raros foram meus sucessos em negociação: tenho pressa em realizar qualquer negócio. Submeto-me ao risco de perder dinheiro, mas não submeto-me à angustia de esperar o momento oportuno de fechar o negócio.

Este meu desabafo é pelo fato que fiz a minha contra-proposta financeira a uns quatro barcos e estou na expectativa de um retorno. Me dá vontade de ir lá e fechar o negócio na forma que eles querem e ficar livre da preocupação. Outro momento penso e correr e fechar com o barco colombiano, cujo aspecto geral não agradou, mas atende o requisito preço.

Penso que valeu a pena esperar. Ontem quando estivemos em Porto Lindo procurando barco, onde encontramos o capitão grosseiro, deixamos um cartão em um pequeno hotel, para o caso de aparecer outro. Hoje por volta das 11 hs recebi um e-mail da dona do hotel dizendo que tinha um barco de 26 metros 3 pisos, muito bonito e confortável, que nos levaria pelos U$ 1.200,00 que oferecemos.

Então almoçamos e partimos para lá que fica a 15 km de Porto Belo. Mesmo sem ver o barco fechamos o negócio pelos U$ 1,2 mil mais a despesa de carregar a moto entre o cais e local onde o barco está ancorado. Em torno de U$ 25 de cada lado. No preço está incluso três refeições e cabines individuais, além dos serviços de imigração e aduaneiros. A saída está prevista para o dia 29/10, podendo ser adiada para o dia 30. Na programação consta dois dias na ilha San Blaz e passar por outras. No dia 28 de manhã tenho que entregar os passaportes para eles.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

24/10/2011 - Segunda-feira - 185o - Portobelo - Panamá





Dedico este Post à Dna Sahra, mãe do meu amigo Peninha e é administradora da quinta-feira dançante na sede do Lions Clube. Pessoa de bem com a vida e que transmite simpatia por onde passa.


Esperamos passar das 8 hs para iniciar a busca por barcos para Colombia. Logo de início encontramos o capitão de um Barco Colombiano que nos deu o preço de U$ 1.000,00 por nós dois e a Celestina. Terei que pagar mais U$ 20 para uma cano levar a moto até o barco. Afff! Cheguei arrepiar quando vi a pequena dimensão do mesmo. Olhando de longe o barco parece aqueles que trafegam pelo Rio Amazonas. Não gostamos muito da aparência.

Como o casal nos mostrou o barco que vieram e era bem mais bonito que esse, ficamos meio descepcionados e fomos procurar o outro capitão.

Chegando ao hotel do Capitão Jack fomos negociar os preços e fomos surpreendidos pelo valor. Pedira U$ 1.600,00 para nos levar. Oferecemos U$ 1.200,00 e nada feito.

Buscando informações daqui e dali descobrimos que num povoado aqui perto de nome Porto Lindo poderíamos arrumar. Chegando lá, a primeira pessoa a quem perguntamos era duas moças que, coincidentemente, iam para Colômbia e ligou para o barco delas, mas o capitão pediu U$ 1.410,00. Depois descobrimos outro por U$ 1.344,00 mas o cara foi muito grosso com a gente e disse que não tinha tempo de conversar porque tinha outros clientes esperando.
      A moça, minha informante, me passou dois e-mails para eu contatar
       Depois de ouvir nossa triste história de viajar com pouco dinheiro o Sr. Angelo e a Sra. Edina fizeram um apartamento com banheiro, ducha e ar condicionado por U$ 10, por dia. Então, após convencer a Edivânia que queria continuar na barraca sem pagar nada, viemos para o apartamento e estamos fazendo os serviços de manicure curtindo um ar fresco muito legal.

Aos motociclistas e muchileiros que passarem por aqui podem procurar o Senhor Angelo Luis e negociar uma hospedagem. Ele tem uns 5 apartamentos melhores mas estão alugados para os americanos. Não há placa de Pousada por isso ninguém a conhece. Fica uns 3 km antes de Portobelo, em frente a um posto policial. O motorista tem que sair da pista principal e entrar ao lado do posto da polícia e parar logo a seguir. O terreno onde funciona a polícia foi doado pelo Sr Angelo. Portanto eles o conhecem.

Os americanos tem uma espécie de bar fincado na lateral do mar, que usam para lanchar, tomar café, refregirante e até bebida alcólica. Fica bem exposto e a tarde ninguém fica olhando. No primeiro dia quis fazer uma média e cheguei dizendo imponentemente para a moça que fazia algo lá dentro: “o que você faz para comer?” Então ela respondeu: “aqui não é um bar e nem lugar público, aqui é da Marinha Americana”. Sem graça, perdi até o jeito de sair, mas com o computador na mão, disse com um sorriso amarelo na cara: “mas podemos ficar aqui um pouquinho, né?”. Com um punhado de muchocho e remechida com os braços concordou insatisfeita. Estou contando isto, porque agora estou tímido para usar a internet deles. O duro é o sinal só pega na vista deles. Chego no local parecendo aquelas putinhas em início de carreira, ou seja, vou chegando desconfiado, com o computador ligado, esperando que eles dizem algo, como não disseram mais nada, sento e faço minhas consultas rapidamente e parto.


23/10/2011 - Domingo - 184 dia - Colon - Panama


Dedico este Post ao corpo doscente do Coronel Pedro Nunes. Eles que me convidaram para fazer uma Palestra aos seus alunos e curtiram meu projeto de viagem.
A cidade de Colon é muito feia. Mas muito feia. Parece uma cidade fantasma. O governo não cuida da cidade e as pessoas não cuida das suas casas. A cidade inteira parece os prédios de invasão de São Paulo. Ninguém pinta ou faz qualquer reparo.

A cidade devia ser rica tendo em vista que o porto e área de armazenamento de containers são muito grandes.

Logo descobrimos que teríamos que nos deslocarmos até Portobelo, para conseguirmos veleiro para Colômbia.

Na verdade eu sabia e tinha uns quatro nomes de veleiros que saem de Portobelo, mas as informações ficaram no computador que quebrou e não me lembrei do nome da cidade e de nenhum veleiro. Tive que começar do zero.

Chegando a Portobelo, não conseguimos andar de tanta gente. A cidade é bem pequena; se resume numa praça com igreja e poucas ruas. Porém estava sendo realizada a festa do Santo padroeiro da igreja e tinha barraca para todo lado e muita gente circulando por elas.

A única informação que conseguimos foi de um tal de Jhon Americano que sairá daqui a 5 dias e temos que agendar o mais rápido possível. Pelo menos encontramos um casal de motociclista que veio de Cartagena com ele e nos deram boas referências sobre a comida e o estado geral do barco.

Amanha vamos procurá-lo para o agendamento e esperar até sexta-feira para embarcarmos.

Por volta das 15 horas saimos para procurar hotel à altura do nosso padrão de vida. Achamos um por U$ 11 por pessoa, mas era dormitório coletivo e funciona no mesmo local um bar onde se encontrava pessoas dos mais diversos países e parece que o pre-requisito para estar alí era ter tatuagem.

Saimos em busca de outros. Até que achamos uma pousada que estava cheia por causa da festa da cidade mas tinha uma área coberta de lona e piso de cimento. Então pedimos permissão para acampar e fomos aceitos. Portanto hoje estamos acampado dentro de um hotel, sem pagar nada e ainda ganhamos banheiro e ducha.

Ficamos muito tempo conversando com o proprietário da Pousada, Sr. Angelo Luiz e sua gerente, Sra Edna. Ele um policial aposentado que comprou um pedaço de terra ao lado do mar e hoje mora ao lado da sua filha que fica quase de frente e aluga algumas casas que construiu. A Pousada é alugada para o pessoal da Marinha Americana que faz mergulho no mar em busca de destroços de navios e droga.

No deck tem 3 enormes canoas uma com 2, 3 e 4 motores de 200 HP, cada um. São canoas mesmo, sem conforto nenhum, daí fui saber que foram presas cheias de droga. O USA monitoram por ar toda a Costa do Panamá e informam à terra alguma embarcação suspeita. Ao delas enormes tambores com marca de suco de laranja Made in Chile.

Descobri que o sinal de Wi-Fi dos americanos é livre e estou usando-o na cara de pau.

22/10/2011 - Sábado - 183 dia - De Costa Rica para Panamá









Dedico este Post à Dra. Vera de Carvalho aniversariante do dia. Ela que demorou me aceitar como amiga, mas acho que hoje é minha amiga. Pelo menso da minha parte, com certeza.

Do meio dia de ontem até o meio dia de hoje, choveu sem parar. Teve ocasiões, no meio da noite, que acordávamos com o barulho dela no telhado de tão forte que caia. De manhã tive que reforçar a indumentaria com as capas usadas no Alaska, tendo em vista que ela era muito forte ao sairmos.

O restante da viagem foi tranquila. Chegamos à capital do Panamá pelo lado de fora e só a vimos de longe. Fizemos compras num supermercado e partimos rumo a Collon, onde pretendo pegar um barco para atravessar para a Colombia.

Mas encontramos um Posto de gasolina bem estruturado, com área coberta para acamparmos, que nos obrigou a parar mais cedo.


21/10/2011 - Sexta-feira - 182 dia - Costa Rica






Dedico este Post ao Pascoal. Ele que tem oficina e ferragista no Jardim Romano e um admirador do motociclismo e gosta de nos ver dançar.

Saída de um país e entrada no outro, por mais simplificada que seja, cansa o corpo da gente, principalmente quando pegamos funcionários preguiçosos ou corruptos. Hoje na entrada do Panamá peguei um rapaz, muito ruim de serviço. O nome dele é David CH. Ele gastou uma hora para lançar os dados da moto no sistema. Ele lia uma mensagem no celular e respondia, nisso o sistema caia. Enquanto o sistema era carregado ele passava outra mensagem, E assim foi umas 4 vezes. Cheguei redigir uma reclamação para entregar ao gerente, mas depois o bom senso falou mais alto r fui embora.

Eu não me irritei com o carinha, tendo em vista que fiz uma jura ao sair de viagem a não me estressar com alfandega, além do mais a Edivania fez um café e levou para eu tomar enquanto esperava. Um café me mantém feliz por, no mínimo, uma hora. Quando tomo café e pego a estrada tudo fica mais gostoso.

Após andar uns 100 km no Panamá vi um salão de festa e parei. Onde estamos agora acampados e ouvindo a chuva cair fora lá fora. O incoveniente é que paramos uma hora mais cedo. Mas por via da dúvida, não deixamos a oportunidade passar

20/11/2011 - Costa Rica






Dedico este Post ao corpo médico, técnico e administrativo do Hospital Nossa Senhora do Carmo. Pessoal amigo e muito dedicado ao trabalho e qu tem acompanhado meu blog.

A chuva contínua que cai na América Central derrubou uma barreira na rodovia que íamos passar e tivemos que dar uma volta para pegar a estrada que passa pelo litoral da Costa Rica. Além dessa volta, um descuido da minha parte nos fez andar, desnecessariamente, mais 50 km numa estrada pedageada. Ou seja, andei mais 100 km de ida e volta pagando pedágio em dobro. Eu tinha anotado todo o roteiro mas empolguei com a estrada boa e com preguiça de parar naquela chuva forte, fui parar perto da capital.

A noite aqui cai muito rápido e mais uma vez quando atentamos para procurar local de acampar já estava a noite e a chuva que começara por volta do meio dia, ainda caia forte. O remédio foi buscar um hotel.

Encontramos um no valor de U$ 40 onde se hospeda a moçada do Surf. Os mais empolgados com a nossa história foi um argentino, um inglês e um casal de francês. Tinhas umas moças muito bonitas também, mas essas não nos deram muita atenção.


quinta-feira, 20 de outubro de 2011

19/10/2010 - Quarta-feira - 180o dia



A saída da Nicarágua foi muito pior que a entrada. Aqui uma dezena de “facilitadores” quase te derruba da moto para oferecer seus serviços. Alegam quem sem eles não será possível entrarmos no país. É uma loucura. Eu como me preparo antes, não me irrito mas a Edivânia fica possessa da vida. Também eu jogo a “bomba” para cima dela. Digo para moçada: “dinheiro só com minha mulher!”. Afasto um pouco e fico vendo o ataque deles. Ela me lembra um animal sendo devorado pelas piranhas. Ela balança a cabeça; anda um pouco e para porque eles vão atrás.

Logo eles descrençam e voltam para mim e eu torno a dizer: “é só com ela” e parto para os guiches.

A entrada na Costa Rica foi bem organizada, apesar da chuva que atrapalha muito.

Durante poucas horas do dia viajamos sem chuva. Choveu o dia todo e a noite. Tivemos que procurar um hotel porque nao encontramos local ideal parara acampar.

18/10/2011 - Terça-feira - 179o dia - Nicaragua







Dedico este Post ao Antonio Pereira e a Todos funcionários da Distribuidora Skol, Brahma e Pepsi de Morrinhos. Ele através da sua empresa, prestigia e ajuda na organização de todo encontro de motociclismo em Morrinhos.


Hoje foi dia da saída da Guatemala e entrada em Honduras. O caminho dessa vez foi diferente da anterior, em junho, quando subimos e havia uma barreira policial a cada 30 Km. Dessa vez achei Honduras mais desenvolvida. Sou capaz de arriscar que seu PIB deve ser semelhante ao PIB do estado de Goiás. Assim, como Guatemala suas terras são férteis, tem um grande porto com uns cinco grandes navios na fila. Ao contrário da subida, dessa vez simpatizei com o país.

Principalmente porque o pessoal onde pedimos pouso foi muito gentil com a gente. Pela primeira vez na viagem não nos foi possível recusar dormir dentro de casa. Sempre recusamos porque preferimos dormir na barraca. Mas o pessoal foi tão persuasivo que acabamos indo dormir dentro da casa.

Na cidade onde tem o Porto foi onde troquei o óleo da Celestina e a Lâmpada do farol principal que, pela segunda vez, queimou nessa viagem. O cara me deu uma facada de U$ 45, mas mesmo assim, ficou um terço do valor pago no Canadá e USA.

17/10/2010 - Segunda-feira - 178o dia - Honduras




Obs: colocarei mais fotos quando encontrar internet mais veloz
Dedico este Post à Anny Kristyne, minha ex-colega de trabalho. Linda e simpatissíma está vencendo na vida morando em Brasília. Parabéns pela coragem. Você que é jovem, vá para o Canadá.

Hoje foi dia da saída da Guatemala e entrada em Honduras. O caminho dessa vez foi diferente da anterior, em junho, quando subimos e havia uma barreira policial a cada 30 Km. Dessa vez achei Honduras mais desenvolvida. Sou capaz de arriscar que seu PIB deve ser semelhante ao PIB do estado de Goiás. Assim, como Guatemala suas terras são férteis, tem um grande porto com uns cinco grandes navios na fila. Ao contrário da subida, dessa vez simpatizei com o país.
Principalmente porque o pessoal onde pedimos pouso foi muito gentil com a gente. Pela primeira vez na viagem não nos foi possível recusar dormir dentro de casa. Sempre recusamos porque preferimos dormir na barraca. Mas o pessoal foi tão persuasivo que acabamos indo dormir dentro da casa.
Na cidade onde tem o Porto foi onde troquei o óleo da Celestina e a Lâmpada do farol principal que, pela segunda vez, queimou nessa viagem. O cara me deu uma facada de U$ 45, mas mesmo assim, ficou um terço do valor pago no Canadá e USA.