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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

27/10/2011 - quinta-feira - 188o. dia - Portobelo - Panama


Não sei se fico triste com o acontecido com a Celestina ou se fico alegre com o apoio que recebi das pessoas daqui e também por poder conviver com elas mais alguns dias.
         Desde que tirei a carga da Celestina ela alterou o comportamento. Quando andava a 30 km/h a roda dianteira balançava fortemente de um lado para outro. Todas as vezes eu dizia para a Edivânia que a roda da frente precisava ser balanceada. Mas não me preocupei. Fui duas vezes em Porto Principe, todo dia saia pelo menos uma vez na cidade e sempre ela balançando muito a frente quando andava abaixo de 30 km/h.
         Então ontem programamos uma ida até Colon, cidade grande, a 35 km daqui, para buscar algum mecanico que pudesse dar uma olhada no problema. Se não encontrássemos, hoje cedo sairíamos para Panamá. Não queria chegar na América do Sul com problemas.
         Assim, conforme previsto ontem partimos para Colon. Após poucos quilomentros rodados o probelema aumentou. Descemos olhamos daqui e dali não vimos nada. Andamos mais e ela começou a pular e aí eu vi uma oficina mecanica de carro na beira da estrada e parei. Quando olhamos para o pneu ele estava saindo fumança e tinha desgastado de um lado de esfregar em algo. Foi aí que a Edivânia viu os raios quebrados. Após uma rápida análise verifiquei que quase todos raios traseiros do lado direito tinham quebrados. O desespero bateu; o intestino avisou que tinha que correr para um banheiro e o suor apareceu na careca.
       Ninguém tinha telefone de um guincho. Nem os motoristas de taxis que aparecderam por lá. Após uma reflexão, achei melhor pedir para algum deles tirar a roda e eu sair com ela procurando socorro. Mas, quem diz que alguém quiz mexer na moto. Todos alegavam que suas especialidades era com carros. Depois de muito custo um dos mecanicos me perguntou se eu sabia como fazer e me emprestaria as chaves. Mas eu recusei e propus-lhe ir orientando paço a paço.
         Assim depois de umas duas horas eu estava com a roda na mão. “E agora? O que fazer?” Já estava tarde para seguir para frente e cedo para voltar para casa. Um motorista de taxi já espreitava por ali sabendo que precisaríamos de transporte. Ele mesmo sugeriu-nos ir para Colon, mas eu já tinha decidido voltar para Portobelo. Diante da proposta de U$ 20,00 do taxisista para rodar em torno de 20 km a Edivânia deu a bronca: “nem!!! pode deixar. Nós vamos pegar uma carona aqui! Pode deixar!”. E assim fizemos. Fomos para a porta da oficina e começas balançar a mão. Ao nosso lado um mecanico tentava-nos convecer a contratar o taxi. Em menos de 10 minutos um carro para e era a filha do Sr. Angelo, dono do quarto onde estamos, que nos reconheceu e nos colocou no meio de dois grandes cachorros. Um deles veio deitando no meu colo.
        O motivo de voltar para Portobelo era a convicção que tínhamos dele pegar seu carro e nos levar até a cidade de Panamá. Era uma hipótese bem remota, tendo em vista que ele já tem 86 anos e dificilmente aceitaria fazer uma viagem dessa. Mas mesmo assim, a Edivania foi até ele e pediu alegando que eu sou bom mottorista e poderia ir dirigindo. Junto com ele sempre fica a Sra. Edna que é a pessoa que cuida dele; sua fiel escudeira. Trata-o com todo carinho, como se fosse uma criança. Apesar da dificuldade em entender nosso idiomas, compreenderam o que queríamos e pediram uns 20 minutos para pensar.
         Enquanto eles pensava rumamos até Portobelo que deve ficar uns 4 km daqui, com o objetivo de sacar dinheiro e localizar uma concessionária Honda em Panamá na internet. Voltamos correndo porque já era noite e o Sr Angelo, dorme cedo. Quando chegamos em casa os dois estavam sentados na área nos aguardando com a reposta positiva. Só não concordaram com minha proposta de sair as 5 hs. A Edna impos que ele sairia as 7 hs, após ter tomado café.
         Dormimos felizes pensando que já traríamos a roda arrumada no mesmo dia. Que a concensionária terias o raios em estoques e ainda daríamos para pegar o veleiro para o qual já adiantamos U$ 200.
          A primeira dificuldade foi enfrentar os engarrafamentos na entrada e dentro da cidade. A segunda foi encontrar uma oficina. Depois de demorar encontrar uma, a mesma só vendia motos e não arrumavam e nos mandaram para um outro lugar no centro da cidade. O nosso carro é uma perua. Agora imaginem parar uma perua para pedir informação a cada esquina? Mas encontramos. Porém o gerrente nos atendeu com tanto pouco caso que demoramos acreditar que alí era uma agencia autorizada. Com a cara mais sem motivação nos disse que gastaria 30 dias para os raios chegarem.       Pensei que era brincadeira. Mas não era.
       Esse cara mesmo orientou ir numa loja da Harley para ver se eles tinham. Saímos com esse propósito, porém passamos em frente uma concessionária Yamaha e, também não tinha oficina. Mas nos orientou uma multi-marca que tinha logo a frente.
       Chegando nessa oficina o clima mudou. Todo mundo queria ajudar. Um dos mecânicos pensou em até cordar raios maiores, rosquea-los e instalá-los. Mas a ideia foi inviável. Fomos no balcão e a moça nos atendeu muito bem dizendo que numa semana ele conseguia trazer os raios dos USA, mas eu teria que pagar uma taxa de transporte. Após eu concordar ela ligou para seu transportador e ele disse ser impossível, tendo em vista que entre os dias 3 e 11/11 será comemorada a semana da Pátria no país e todos os funcionários públicos estarão liberados do trabalho. Até mesmo os serviços privados fecha na quinta-feira e só voltam na segunda ou terça. Mas me garantiu que faria tudo para trazer em 15 dias.
         Naquela altura achei que deveria pedir ali mesmo. Depois do negócio fechado ela resolve ligar para o cara que instala raios e alinha roda. O cara afinou. Alegou que nunca instalou em rodas com 52 raios. E não topou fazer a primeira. O mecanico muito atencioso ligou na Haley e eles também não tinham.
     Então voltei à oficina anterior, do cara meio sem entusiasmo. Chegando lá alegamos que a menina tinha garantido 15 dias e ele poderia fazer o mesmo. Mas ele foi irredutível. Disse que teria que pedir da fábrica e não era rápido.
      No final acabamos acertando assim: pedi os raios na loja de 15 dias que ligará para a outra pegar e oinstalar. Mas não tenho fé que saia antes de 20 dias.
        Na volta passamos onde a Celestina está para dar a noticia ao pessoal do tempo que ela ficará lá e outra surpresa: queriam nos cobrar U$ 10 por dia como custo de aluguel. A Edivânai ficou “macha”de novo e eu saí de perto. Em certa altura o cara baixou para U$ 5 por dia e no final disse “tá biem, depois a senhora me dá alguma coisa”.
        Estou com pena da Celestina. Ela está num local muito feio. Tenho medo também porque eles terão que arredá-la para um local menos movimentado e poderá danificá-la. Nem quis ver. No sábado vou pegar um Onibus e dar uma tampada nelo com uma lona que tenho.
         Amanha cedo vou levar a Edivânia para acertar com a Silvia do Veleiro. A esperaça dela é que, pelo menos, a Silvia aproveita o adiantamento numa outra viagem com o mesmo capitão.
Cheguei em casa muito cansado. Enfrentar o trânsito, as surpresas desagradáveis e ainda carregar a roda umas três vezes, inclusive atravessando uma super avenida.
      Agora, resta-me esperar.
Ontem fiz uma declaração de amor tão bonita para minha Celestina querida.

8 comentários:

  1. Grande Godois,
    Apenas mais um capítulo do seu livro.Pode dizer a Celestina que eu também a amo muito.
    um grande abraço meu irmão.Tenho certeza que vc se divertirá muito nos próximos dias
    Rui Leite e galera.

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  2. Amigo,
    Tudo acontece por algum motivo,
    Descanse um pouco, aproveite para treinar a língua e conhecer mais a cultura local
    Aguardamos mais notiícias,
    Fiquem com Deus
    Murilo Costa Coelho, Goiânia

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  3. Grande Mestre,
    Tudo vai dar certo, o conserto da Celestina virá em tempo hábil. Mas... Agora é curtir o lugar mais um pouco, conhecer pessoas, comer, ficar de boa.

    Abraço!!!
    Wellington Format
    Goiânia-GO
    artegyn@gmail.com

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  4. Grande Sinomar, mais afinal a Celestina tbm merece um descanço rsrsr... Mais eu concordo com o Murilo Costa, tudo acontece por algum motivo e aproveita e descansa vcs ainda tem uma longa viaje pela frente
    Abraço e ficam com Deus.

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  5. Há Sinomar já sei o por que o comportamento da Celestina, pocha vc se esqueceu que ela completou 100.000 km rodados e vc nem acendeu uma vela e deu os parabéns. Acho que ela fico magoada com vc. rsrsrs...
    boa viaje que os anjos estejam com vcs.

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  6. Sinomar, nesta vida nada acontece por acaso.
    Fé em Deus e vamos em frente, deixa a Celestina descansar um pouco.
    Grande abraço, GEL

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  7. Grande Sinomar, mando um abraço a você, a Edivânia e em especial à Celestina pelos seus 100 mil km, todos bem aproveitados e estamos torcendo para que retomem as estradas o mais rápido possível, pois estamos ansiosos pelo seu retorno! Luciano e Ana Paula (Solitário Moto Amigo)

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  8. Amigo Sinomar, um dia eu minha esposa ea filha casula estavamos indo p/ Maceio de carro eu queria dormi em Aracaju, mas minha filha ensistiu em que paracemos para dormi naquele momento e ela so tinha 4 aninhos ai paramos e dormimos, no outro dia ficamos sabendo que ha enxente avia carregado a cabeceira de uma ponte a 20kms dali e cairão 4 carro naquela noite, então amigo nada acontece por acaso.
    GRANDE ABRAÇO EDMILSON CRÂNIO'S DE AÇO

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