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domingo, 25 de dezembro de 2011

24/12/2011 - Sábado - 246o. dia - Reserva indígina - Venezuela


Agora são 23 horas no Brasil e 20 horas aqui onde estou. Dia de Natal. Paramos para dormir num posto policial numa reserva indígena da Venezuela. A previsão era chegar mais cedo na próxima cidade. Acontece que não contávamos com tantas curvas e a subida de uma grande serra. Talvez por causa do Natal, parecia que era somente nós na estrada, muito pouco carro vinha em sentido contrário e nenhum nos ultrapassava.

Três pontos com árvores caídas e dois declives muito grandes, devido a recentes enchentes, causou-nos grande susto.

Outro susto foi encontrar o posto de gasolina fechado por falta do produto, justamente o posto que precisávamos. Aí as informações sobre o próximo posto foram divergentes: uns disseram que era só a 300 km, pois queria vender o produto no cambio negro, 50 km, 25 km e ficamos doido. Mas uma funcionária do Hotel disse que tinha um a 75 km, preferi acreditar nessa informação e partimos. A gasolina que tínhamos dava para rodar essa distância, porem batia-nos medo de encontrar o posto fechado por causa do dia de Natal.

A região aqui é cheia de vilas indígenas e suas respectivas reservas. Depois veio uma área de floresta densa que invadia a estrada de ambos os lado. A estrada não tinha um centímetro de acostamento. As curvas na subida da grande serra e o cair da noite deu mais temorosidade ao trajeto. Por diversos momentos outro temor batia: “se a moto estragar nessa serra não tem onde encostá-la, nem de dormirmos”. Hoje, sentimo-nos como aventureiros de verdade.

Após de terminarmos a subida da serra já era noite e não dava mais para rodar com os grandes buracos que eventualmente aparecia na pista. Assim, numa reserva indígena, tinha um posto policial e pedimos para acampar. Acampamos ao lado de um presépio feito pelos índios cuja foto segue acima. Fiquei sensibilizado com a simplicidade do presépio, cujos únicos objetos, fora do contexto era as luzes e um elefantinho branco.

Um aspecto que ia esquecendo é que paramos num posto para abastecer e procurar algo para almoçar. Como não gostamos de nada que tinha no restaurante íamos saindo para procurar outro quando uma senhora saiu do seu carro e nos entregou três Tamalitos dizendo que era presente de Natal. Tamalito é uma espécie de pamonha, porém feita de fubá de milho, embrulhada na folha de bananeira e com muito mais recheio que a pamonha. Trata-se de uma comida típica da América Central que aprendemos e ajudamos a fazer no Panamá enquanto esperávamos a moto ficar pronta. O Tamalito que a Edivânia ajudou a fazer foi por encomenda do Palácio Presidencial de Panamá. Este foi nosso almoço.

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