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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

15/09/2011 - Quinta-feira - 146o. dia - Saída de NY





  Dedico este Post à minha norinha Patrícia. Ela que com seus 23 anos já é Gerente em uma grande empresa do Brasil. Essa é a família Godois!

Obs: a chuva atrapalhou as fotos. Não temos fotos de uma linda ponte que passamos.

      Depois de despedir do Thiago, pegamos a Celestina e fomos dar mais um giro pelo Sul da Cidade, onde não tínhamos visitado. Quando passamos o Túnil Lincoln, já em New Jerssey já eram 13:30.

Daí para a frente a estrada foi muito comprida. As partes relevantes foram a chuva, o vento e o preço dos pedágios que foram meio salgados: um de U$ 9 e mais dois de U$ 4 para andar 200 km.

Depois de muitos dias sem tomar chuva, hoje pilotamos umas duas horas debaixo dela. O pior foi que ela veio acompanhada do vento. Quando passávamos numa gigantesca ponte, tanto em altura, como em comprimento, sem contar os enormes pilares de ferro que subiam acima das nossas cabeças para sustentar os cabos, pensei que estava chegando um furacão. O vento fazia um redemoinho em cima da ponte e jogava a Celestina de um lado para outro. Quando eu acodia ela para não avançar na pista ao lado, ela enfiava para o rumo da grade de proteção para o rio. De novo golpeava ela para não bater na grade e ela partia rumo a outra pista. Pensei em parar. Minha esperança era de encontrar uma área de escape, normal nas grandes pontes. Mas não encontrei e tive que continuar. Felizmente foi que os carros que estavam atrás e ao lado de mim, também diminuíram a velocidade e permitiram eu andar a 40 km/h num local que devem permitir 100 km/h.

Quando ultrapassamos a zona de chuva paramos num posto e acampamos.

Devo dormir como uma pedra e nem escutarei barulho de caminhão. É que eu e o Thiago conversamos das 2 às 6 da manhã. Como o Thiago passou toda sua adolescência entrando e saindo da minha casa, tínhamos muitas lembranças boas e ruins para relembrar. Ele morava duas casas após a minha e foi o melhor amigo do meu filho do meio. Ou meu filho estava na casa dele ou ele estava na minha.

Quando adolescente eu o corrigia, criticava e brigava como se fosse meu filho. Por isso aproveitei para me desculpar e ao mesmo tempo passar mais alguns ensinamentos a respeito de gratidão, ética e finanças.

Se bem que me senti como um paroquiano ensinando Pai Nosso para o Pároco. O Thiago hoje é um homem internacional. Com 31 anos é o mais novo diretor (em idade) de uma das maiores agências de propaganda via internet do mundo. Hoje sou muito pequeno perto dele. Aproveitei para aprender com ele, nessa conversa. Mas para não estender muito os textos, deixarei os elogios a esse rapaz para o próximo Post.

Contei para ele uma história muito triste que aconteceu comigo por volta de 1982, a qual quero deixar registrada aqui para não esquecer de colocá-la no meu livro e ao mesmo tempo servir de exemplo para algum filho que ainda não percebeu que está passando a mesma situação que passei.

A história é a seguinte: Toda vida gostei do frango caipira com açafrão, acompanhado de guariroba que a minha mãe fazia. Como eu morava a 45 km de distância, um domingo sim, outro não eu ligava para a minha mãe e dizia: “fale para meu pai comprar o frango e guariroba que amanhã vou almoçar aí!”. Assim foram anos e anos.

Um certo dia, mesmo tendo avisado com antecedência, cheguei para almoçar e não tinha o tradicional prato. Então eu fiquei bravo com minha mãe, alegando que ela não podia ter feito aquilo comigo; que ela ou meu pai tinha que ter me avisado, assim eu não viria visitá-los, etc. Saí e fui almoçar na casa da minha sogra que morava na mesma cidade.

Nessa mesma tarde quando passei na casa dos meus pais antes de voltar para Morrinhos, onde morava, minha mãe me chamou num canto e disse: “filho! Nós não compramos o frango, porque não tínhamos dinheiro. Seu pai não está conseguindo ganhar dinheiro com sua horta, não encontra emprego e eu não estou encontrando costura para fazer. Nós não te ligamos, por vergonha. Seu pai está muito envergonhado de não poder sustentar a casa.”.

Daquele dia em diante antes de ir para a casa da minha mãe eu já passava na feira e comprava o frango, a guariroba e o milho para afogar que meu pai adorava. Procurei o carnê do INSS do meu pai e estava quase um ano atrasado. Atualizei-o e continuei a pagar as mensalidades.

Moral da história: muitas vezes os filhos esquecem que na velhice seus pais não tem a competência financeira de quando jovem; esquecem que os remédios e os tratamentos conomem boa parte da renda. Conheço famílias que os filhos ganham muito bem e os pais vivem na penúria, mesmo assim, os filhos ainda acham que sãos os melhores filhos do mundo porque telefonam diariamente para os pais. Não sabem que os pais têm vergonha de depender dos filhos. Utilizam argumentos infantis para não ajudar seus pais, como o fato de beber cerveja, fumar ou passear. Os filhos deveria ajudarem seus pais serem felizes nessa etapa da vida.

Chega, né?


5 comentários:

  1. este post, me encheu os olhos de lagrimas e me deixou muito emocionada... é incrivel como nós filhos somos ingratos com o amor e a dedicaçao que nossos pais tem conosco... noites e noites sem dormir ou por doença ou por preocupaçao com as incertezas do futuro... Que muitos jovens consigam enchergar os erros antes de sentirem remorço por nao terem mais seus pais por perto!!!

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  2. no comentario acima nao queria ter sido anonima rsrsrs... sou eu sua nora Cenilia

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  3. Ótimo relato grande mestre Sinomar. Mais uma vez nos presenteando com seus ensinamentos e experiências. Deus o proteja na viagem e lhe dê sorte.
    Abraço
    Format
    Alcateia-MC
    Goiânia-GO.

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  4. Grande Godois,
    Como somos ingratos durante nossa vida...
    Falei, durante muito tempo, com sua galera de Goiatuba durante o encontro de motociclistas, dia 17/09.
    Falamos da sua vida pessoal e profissional, inclusive da sua viagem...
    Grande abraço Gerardim....
    Rui Leite e galera.

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  5. Sinomar, obrigada por dedicar este post a mim.

    Justamente em NY, uma das cidades que mais quero conhecer no mundo. Ainda não sou gerente, a empresa nem é tão grande assim e eu já tenho 25 anos (quase 30)... mas sou feliz, o que realmente importa! =)

    Boa história para se ter sempre em mente!

    Grande abraço e o desejo de um ótimo retorno,

    Patrícia (sua nora mais jovem)

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