Ontem tivemos que usar a reserva de 10 litros de gasolina dos tanquinhos e hoje achei seguro comprar 4 litros de um motorista de taxi, tendo que o próximo posto ainda está a 200 km de distância.
A nossa mente foi toda dedicada às estórias ouvidas durante o caminho. Os oito Harleyros bolivianos que encontramos na aduana disseram que tiveram que contratar um caminhao para transportar as motos por 47 km sem asfalto. Alegaram existência de muito barro e grandes trechos de pedras em aclives. Passaram tanto medo que a minha corajosa companheira ficou com medo. Para complicar ouvimos os mais absurdas estórias de assalto e roubo nesse percurso.
Meu argumento foi:"quando chegarmos mais perto a gente fica sabendo". Assim partimos. Quanto mais perto chegávamos do trecho mais otimistas eram as informaçoes.
Até que enfim, após quase 500 km sem posto, chegamos à San José de Chiquitos, onde abastecemos. A respeito da pobreza da regiao, o dono do posto apresentou o seguinte argumentou: "hoje estamos no mesmo estágio de desenvolvimento que Mato Grosso, no Brasil, estava em 1965. E eu acrescento: a regiao Oeste da Bolívia está no mesmo estágio de desenvolvimento do Tocantinis na década de 80, ou seja: com 30 anos de atraso. Esse senhor foi otimista quanto à nossa subida na estrada sem asfalto.Esse senhor nos recomendou visitar a igreja da sua vila. Foi uma grata surpresa. Uma maravilha construida por volta de 1800 que tem capacidade para comportar 20% da atual populaçao da cidade. Hoje a vila deve ter 3 mil habitantes, imagine por volta de 1800, para que uma igreja daquele tamanho?
Assim resolvemos fazer o que as Harley nao fizeram: enfrentar o trecho. Depois de umas 4 horas chegamos ao final dos 47 km felizes da vida. Quando eu consertar meu netebook, vou gerar um filme contendo as peripécias dessa viagem.
sinomar cada vez te admiro mais vc e sua companheira,vai com deus meu amigo,tem um casal aqui em morrinhos que torce muito por vcs leo mabel e janaina....
ResponderExcluirCaramba Sinomar, rodar nessas estradas de terra, cheias de pedras, não deve ter sido fácil hein...?? Já que estás numa moto estradeira e não de trilha ou touring. Tem que ter braço.. e paciência.
ResponderExcluirFormat
Bravo! seria a palavra para expressar a audácia... passei neste trecho com uma XT660 e não foi muito fácil... e durante a volta passei de noite.. ai sim... foi de arrepiar!
ResponderExcluirE também.. ouvi outras histórias de assaltos.. mas, nenhum bandido sonha que por ali vai passar uma custom com Sr. sinomar velho-doido.