Considerando que o sol sumia e o vento e frio aumentavam consideravelmente resolvemos pedir poso numa Comunidade Andina que nao entendiam nada que falávamos. Depois que apareceu um enfermeiro deles que sabia falar espanhol.
Armamos a barraca na maior velocidade possivel visando esquentar o corpo e entrar dentro dela. Entramos e vestimos a maior quantidade de roupas possível e entramos dentro dos sacos de dormir previstos para suportar zero graus célsius.
A Edivania dormiu super bem, mas eu senti os efeitos da altitude e nao consegui dormir quase nada. Era uma dor de cabeca constante, estomago enjoado e corpo meio febril.
No dia seguinte a surpresa: tinha caído uma geada das bravas. Resultado: os sacos de dormir estao apravodados.
Na viagem rumo a La Paz encontramos um grupo de motociclistas de Uorus na Bolivia.
(A Redação abaixo para Jornal do Peninha)
Cordilheira
dos Andes
A primeira
coisa que a maioria das pessoas preocupa, quando digo que fui ao Alasca, é com
relação ao frio. Inevitavelmente tenho que esclarecer que o maior frio que
passamos foi aqui bem pertinho: na Bolívia e no Peru.
Quando escrevo
sobre os Andes preciso esclarecer uma particularidade sobre os veículos
alimentados através de carburador, como é o caso da minha querida Celestina. A
partir dos 4.000 metros acima do nível do mar (manm), por deficiência de
oxigênio, os autos carburados perdem potência e expelem gasolina crua meio a
uma fumaça negra. Um dos recursos consiste em retirar o Filtro de Ar na subida
e recolocá-lo na baixada. Mesmo assim a velocidade máxima na reta não passa de
50 km/h e na subida exige primeira marcha na maior parte do tempo. Os veículos
com injeção eletrônica não apresentam esse problema, pois são auto-ajustáveis.
Frio na Bolívia
Por volta das 14 horas deixamos
Cochabamba, a terceira maior cidade da Bolívia. Era cedo para dormir e tarde
para enfrentar a cordilheira dos Andes, mas partimos. Subir essa cordilheira
constitui-se na maior glória para um motociclista e, por isso, cria-se dentro
do piloto uma ansiedade inexplicável para enfrentá-la.
Depois de passar por uma cidade de nome
Quillacollo começa o aclive. Era muito emocionante rodar em ziguezague vendo a
estrada que passei logo abaixo e enxergando os caminhões subindo acima da minha
cabeça. Não muito tempo depois, tivemos que sacar o filtro de ar, mas
continuamos a subida.
Quando alcançamos a altitude
4496 manm o sol já estava fraco, o vento muito forte, o frio enrijecia minhas
mãos e resolvemos parar numa comunidade indígena de nome Japo, onde apenas um habitante,
o enfermeiro, sabia falar Espanhol. Como o frio aumentava consideravelmente
procuramos uma área mais propícia e armamos rapidamente nossa barraca; esquentamos
leite com chocolate e bebemos com pão; não tivemos ânimo para ferver a
tradicional sopa de saquinho que acompanharia o pão.
Após vestir a maior quantidade
de roupas possível entramos nos sacos de dormir indicados para suportar zero
grau. A Edivânia dormiu confortavelmente, até roncou, mas eu senti os efeitos do
“mal da altitude” e não dormi quase nada; minha cabeça doía, apresentava-me
sintomas de febre, o estômago indicava sensação de vômitos e o coração batia
mais acelerado.
No dia seguinte quando tivemos
coragem de despirmos dos “sleep bags” e olhar para fora da barraca levamos um
susto gostoso com o gelo que cobria a moto e a barraca. Ficamos felizes,
gritamos e fomos escrever palavras de amor no gelo, fotografar e filmar.
Este local foi o mais frio da
viagem, porém menos sofrido.
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