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terça-feira, 10 de maio de 2011

07/05/2011 - Sábado - 15o dia






Considerando que o sol sumia e o vento e frio aumentavam consideravelmente resolvemos pedir poso numa Comunidade Andina que nao entendiam nada que falávamos. Depois que apareceu um enfermeiro deles que sabia falar espanhol.
Armamos a barraca na maior velocidade possivel visando esquentar o corpo e entrar dentro dela. Entramos e vestimos a maior quantidade de roupas possível e entramos dentro dos sacos de dormir previstos para suportar zero graus célsius.
A Edivania dormiu super bem, mas eu senti os efeitos da altitude e nao consegui dormir quase nada. Era uma dor de cabeca constante, estomago enjoado e corpo meio febril.
No dia seguinte a surpresa: tinha caído uma geada das bravas. Resultado: os sacos de dormir estao apravodados.

Na viagem rumo a La Paz encontramos um grupo de motociclistas de Uorus na Bolivia.

(A Redação abaixo para Jornal do Peninha)


Cordilheira dos Andes

            A primeira coisa que a maioria das pessoas preocupa, quando digo que fui ao Alasca, é com relação ao frio. Inevitavelmente tenho que esclarecer que o maior frio que passamos foi aqui bem pertinho: na Bolívia e no Peru.
            Quando escrevo sobre os Andes preciso esclarecer uma particularidade sobre os veículos alimentados através de carburador, como é o caso da minha querida Celestina. A partir dos 4.000 metros acima do nível do mar (manm), por deficiência de oxigênio, os autos carburados perdem potência e expelem gasolina crua meio a uma fumaça negra. Um dos recursos consiste em retirar o Filtro de Ar na subida e recolocá-lo na baixada. Mesmo assim a velocidade máxima na reta não passa de 50 km/h e na subida exige primeira marcha na maior parte do tempo. Os veículos com injeção eletrônica não apresentam esse problema, pois são auto-ajustáveis.

Frio na Bolívia

Por volta das 14 horas deixamos Cochabamba, a terceira maior cidade da Bolívia. Era cedo para dormir e tarde para enfrentar a cordilheira dos Andes, mas partimos. Subir essa cordilheira constitui-se na maior glória para um motociclista e, por isso, cria-se dentro do piloto uma ansiedade inexplicável para enfrentá-la.
 Depois de passar por uma cidade de nome Quillacollo começa o aclive. Era muito emocionante rodar em ziguezague vendo a estrada que passei logo abaixo e enxergando os caminhões subindo acima da minha cabeça. Não muito tempo depois, tivemos que sacar o filtro de ar, mas continuamos a subida.
Quando alcançamos a altitude 4496 manm o sol já estava fraco, o vento muito forte, o frio enrijecia minhas mãos e resolvemos parar numa comunidade indígena de nome Japo, onde apenas um habitante, o enfermeiro, sabia falar Espanhol. Como o frio aumentava consideravelmente procuramos uma área mais propícia e armamos rapidamente nossa barraca; esquentamos leite com chocolate e bebemos com pão; não tivemos ânimo para ferver a tradicional sopa de saquinho que acompanharia o pão.
Após vestir a maior quantidade de roupas possível entramos nos sacos de dormir indicados para suportar zero grau. A Edivânia dormiu confortavelmente, até roncou, mas eu senti os efeitos do “mal da altitude” e não dormi quase nada; minha cabeça doía, apresentava-me sintomas de febre, o estômago indicava sensação de vômitos e o coração batia mais acelerado.
No dia seguinte quando tivemos coragem de despirmos dos “sleep bags” e olhar para fora da barraca levamos um susto gostoso com o gelo que cobria a moto e a barraca. Ficamos felizes, gritamos e fomos escrever palavras de amor no gelo, fotografar e filmar.
Este local foi o mais frio da viagem, porém menos sofrido.

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