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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

12/01/2012 - quinta-feira - 265o. dia - Navio Almirante do Mar.



Às 6:30 acordei com diversos pés próximo da minha cara: era a fila do café da manhã que era servido no restaurante. A Edivania indiferente, continuava dormindo. Esperei a fila diminuir e fui tomar café. Foi nessa hora que descobri que estávamos famosos dentro do navio. Tanto pela Celestina como pela dança.

Subimos para a área de lazer e ficamos lá curtindo o som e a paisagem proporcionada pelo Rio Amazonas, quando descemos e fomos dar continuidade ao sono. Dormimos pouco, porque o movimento era grande próximo aos nossos colchonetes.

Na hora do almoço o gerente do navio afirmou que nunca viu dançarinos tão bons no seu navio. Sentimo-nos vaidosos (vaidade! Ahhh, vaidade! neblina da nossas deficiências!). Como fomos almoçar bem próximo do horário final ficamos no meio da tripulação, quando fomos motivo de muitos questionamentos a respeito da viagem. Foi como uma palestra.

Um determinado momento da tarde, enquanto a Edivania tirava um cochilo, fiquei filosofando a respeito daquela experiência. Ver a convivência de 220 pessoas dormindo e permanecendo a maior parte do tempo em redes que, de tão próximas, uma tem que ficar mais alta que a outra, para caber mais gente. Geralmente são três níveis de rede: uma bem baixinha, outra no meio e uma mais alta que, para a pessoa descer, precisa pisar na do meio. Se um roncar, e havia ronco, o outro tem que virara cabeça. Observei que na parte de baixo, onde não havia ar condicionado, algumas mulheres descuidavam do seio e o mamilo aparecia. Claro que isso deve ter incomodado o vizinho.

Com exceção dos familiares acompanhantes, todos, há a poucas horas, eram totalmente desconhecidos, mas que, agora, tornaram-se amigos. Uns ajudando os outros, sobretudo as mães com bebês viajando sozinhas, que eram muitas. Crianças gritando, chorando e brincando de esconde-esconde no meio das redes, toleradas pacientemente por todos. Nós, por causa da moto, éramos parados por onde andávamos parecendo tratarem-se de antigos conhecidos.

A chegada do navio em Belém ocorreu por volta das 20 horas. Descobrimos que além de ter que esperarmos todo mundo descer para depois tirarmos a Celestina, teríamos que esperar a maré subir, também. O nível do rio estava uns 5 metros mais baixo do que o piso onde estávamos. Desenrolei os colchonetes e dormi em cima de umas tábuas. Uma hora da manhã me acordaram para tirar a moto. Tiramos a moto; deixamos a moto ao lado de fora num local seguro e voltamos para dormir no navio. Não dormimos muito porque ficamos conversando com dois motociclistas brasileiros (Messias e Celso) que estão fazendo uma aventura São Paulo-Jalapão-Oiapoque-São Paulo e porque às 5 hs os estivadores começaram a entrar com mercadorias, pois o navio retornaria para Macapá às 10 hs. Amaré tinha abaixado para o mesmo nível da chegada. Se não tivesse tirado a moto, teríamos q voltar para Macapá.

3 comentários:

  1. Sinomar, hoje só vou fazer um comentário:
    Você é sensacional.

    Abraço, GEL

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    Respostas
    1. amigo, podes me informar quantas horas de viagem esse barco leva de belem a macapá?

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    2. Olá Fabio, o embarqueem Macapá começou às 16hs, mas demorou a sair. Chegamos em Belem porvoltadas 23 hs do outro dia. Dormimos uma noite e passamos o dia todo navegando. O barco era todo de aço. Eu o recomendo.
      Mais informações pelo e-mail: sinomarg@gmail.com ou facebook sinomarg.

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