Banner

domingo, 8 de janeiro de 2012

05/01/2012 - quinta-feira - 258o. dia - Guiana Francesa












Chegamos à Aduana às 10 hs, quando a última barca matinal estava partindo. Como precisávamos arrumar a documentação deixamos ela ir. Em vez de embarcarmos fomos abastecer a Celestina e procurar uma forma de trocar o dinheiro de Suriname por Euro que é a moeda circulante na Guiana Francesa, pois segundo informações daqui, lá não tem cambista.

Ao parar na bomba de gasolina apareceram dois brasileiros. Depois estacionar no supermercado em frente descobri um monte deles. Fiquei quase uma hora conversando com os brasileiros de várias partes do nordeste brasileiro. Todos são garimpeiros e, segundo eles, são mais de 1500 brasileiros nessa situação. Ficam às vezes dois meses parados aguardando uma informação que a vigilância diminuiu e podem embarcar. São dois dias de canoa subindo rio acima e carregando canoa nas cachoeiras.

Eles alegam que se a polícia pega toma toda a mercadoria que levam para sobreviver no acampamento e prendem. Porém quem consegue chegar no garimpo consegue ganhar muito dinheiro. A mineração da Guiana Francesa é muito melhor do que à das demais guianas. Depois conversando comum policial, este me disse que são mais de 15.000 garimpeiros ilegais trabalhando nos garimpos.

Para confirmar a cordialidade das autoridades do Suriname, citada no Post anterior, ao esperarmos o Ferry, a polícia da aduana, nos deu bolo e coca-cola, além de nos arrumar mesa para escrever meu blog.

A entrada na Guiana Francesa não foi muito fácil. O policial que atendia os imigrantes não quis nos atender; disse que precisávamos do visto e nos indicou o rumo onde ficava a sede da polícia, local que conseguiria o visto. Chegando lá fomos informados que teríamos que pagar E$ 120,00 (euros), E$ 60,00 para cada um. Olhei na mostra e só tinha E$ 10,00. Sai para procurar um caixa eletrônico na pequena vila o que não foi difícil. Nessa hora bateu uma vontade de ficar ilegal no país. Pensei: “o máximo que eles podem me fazer é me extraditar para o Brasil e é isso que quero”. Conforme viria saber posteriormente, felizmente não segui minha vontade. Ilegais aqui ficam no mínimo 8 horas presos, além que tirar foto de criminosos com numero no peito, etc.

Depois de regularizados fomos procurar um local para comer,. Tendo em vista que minha fome era absurda. Nos questionamentos em Frances e inglês descobrimos que era cedo para encontrarmos sanduíche e pizzaria. Num giro descobrimos um supermercado. Um grande Supermercado. Ficamos tão felizes, por isso. Não compramos quase nadada, mas gostamos de supermercado fartos. Nas duas Guianas que passamos todos, mas todos, os mercadinhos são de Chineses e todos cópia um do outro: não têm quase nada.

Com a moto estacionada debaixo da faixada do supermercado, para proteger da chuva que insistia desde quando estávamos na balsa, eu comi uma baguete de pão inteira com manteiga de leite; a baguete devia ter uns 60 cm. A fome era tanta que eu fui comendo, comendo, quando vi faltava pouco. Não tinha quem não reparasse aquela cena: dois famintos, ao lado de uma moto suja e cheia de saco pendurados, comendo como glutões. A Edivania matou uma travessa de frango assado.

Como a chuva não parava e impedia as fotos da pequena e feia vila francesa, pegamos a estrada mesmo já um pouco adiantado da hora. Não foi uma boa escolha. Logo entramos numa reserva e a noite caiu e demoramos encontrar um local para dormir. A chuva deu uma trégua suficiente para montarmos a barraca e voltou a cair a noite toda.

Nenhum comentário:

Postar um comentário