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terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

24/02/09 - Santiago - Local







Conhecer Santiago foi fácil. Os principais pontos turísticos ficam no centro, próximo do hotel e os vizitei já no primeiro dia. Hoje, peguei o Metro para ir ao Banco do Brasil ver minha conta e aproveitei para visitar outros pontos mais distante. Posteriormente fui a um tal de Funicular que nada mais é do que um elevador arcaico que nos leva até o alto de um morro e de lá peguei o Teléferico que, também deixa a desejar, comparado com o de Bariloche. Mas a vista lá de cima é bem abrangente e é possível ver grande extensäo da cidade, apesar da fumaça que paira no ar. Depois fiz uma caminhada de quase 3 horas, do Teleférico até o Hotel, passando pelo centro da cidade e entrando nas lojas. Mas pela minha roupa, os vendedores nem me däo atençäo. Eles conhecem o "päo-duro" pelo visual. O Centro da cidade lembra o centro do Rio de Janeiro. Amanhä cedo vou dar um giro de moto pela parte mais nova da cidade e depois parto rumo a Valparaíso. De lá quero ver se a viagem rende, para chegar logo ao Brasil e comer uma fejuada daquelas.

23/02/09 - Segunda - Chillán - Santiago - 265 Km


A viagem foi tranquila, com exceçäo dos pedágios que assustam, pelo valor absoluto de $ 600 pesos. Porém, na realidade, esse valor corresponde a apenas R$ 2.60. Desde Puerto Montt a ruta 5 é auto-pista e pode andar a 120 km/h. Mas ando entre 80 e 110 km. O mais difícil foi achar hotel na minha faixa de orçamento, que até ontem, estava dentro do previsto, ou seja, R$ 149.12 por dia. Aqui e em Valparaiso devo comprometer um pouco o orçamento, mas recupero na ida até o Atacama.

22/02/09 - Domingo - Nueva Tolten - Temuco - Los Angeles e Chillán - 466 km

O município de Valdívia foi o último da Patagonia, na minha subida. A Patagonia merece um comentário especial, ou melhor, sou incapaz de descrevë-la. Mesmo os navegadores registraram contradicöes. Fernäo de Magalhaes registrou: "Creio que näo há no mundo estreito mais bonito do que este" e Darwin, quando o visitou, anotou no seu diário: "Näo vi outro lugar que pareça mais árido no mundo do que esse canal entre as rochas em meio à imensa planície" . Podemos dizer que trata-se de uma regiäo cheia de exageros e contrastes. Quando descemos pelo Atläntico, na Argentina, encontramos excesso de vento, excesso de isolamento, de retas, de imensas planícies deserticas. Säo mais de dois mil quilömetros numa estrada cercada de um capim queimado de +- 30 cm de altura e nenhuma árvore. Parece que a terra foi substituída por resíduos vulcänicos e qualquer planta que tende a crescer o vento detona.
Quando subimos, pelo Oceano Pacífico, a sequidäo continua, porém, aparece os contrastes: rios (e muitos) que nascem do gelo da montanha, serpentenham, ora mansamente, nas planícies, ora nervosamente, através das fendas abertas entre as pedras das grandes montanhas. Säo rios maravilhosamente verdes, de diversas larguras. O pior é que näo se vë nenhuma lavoura irrigada, utilizando suas águas. A terra parece estéril e näo gosta de água. Certo dia, trafegando pela Ruta 40, num rípio muito alto e muita poeira, pintou uma chuvinha na minha frente. Fiquei feliz: "oba!! vai diminuir a poeira", pensei, dentro do capacete. A chuva ralinha chegou, porém ela näo infiltrou na terra e, em vez de melhorar, piorou. A água fez das pedras um sabäo e tampou os buracos.
Quando saimos da ruta 40, por Perito Moreno (Arg), e passa para o Chile, a vegetaçäo começa a crescer. Mas, somente após Colhaque e Puerto Aisén, é que ela fica exuberante. Aí já estamos dentro da cordilheira dos Andes. Quase sempre no meio, mas ora vocë passa para um lado ora para o outro. Ora vocë serpenteia subindo, ora descento, quase sempre em primeira e segunda marcha, devido ao rípio e as curvas acentuadas que, de täo fechada, näo transitam carretas. Pilotar entres essas serras é algo inexplicável.

Quanto mais se aproxima da Antartida, mas as povoaçöes, se diferenciam. Parecem que tëm vida própria; vivem alheias ao resto do mundo. Agumas tem horários diferenciados das demais. Em Cocharane, no Chile, por exemplo, as padarias abrem as nove e os supermercados ás dez da manha. Em outras, o comércio funciona das 10 as 14 e das 17 as 22 horas Uma coisa é marcante: eles vivem em funcäo do turismo e nos tratam bem. Se o turista acorda e dorme tarde, para que trabalhar?
A viagem ao Ushuaia é meio mística no meio motociclista, mas, se o companheiro quiser aproveitar bem uma viagem de 30 dias, sugiro a regiäo dos Lagos do Chile e da Argentena, conforme já escrevi aqui.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

21/02/09 - sábado - Paguipulli - Nueva Tolten - 410 km




Nesse trajeto passei por Valdívia, onde novamente encontrei o Steen. Cidade grande, que desacostumei. Gosto mais das cidade pequenas. Mas andei pelos principais pontos turisticos, inclusive na feira de peixe onde os leöes marinhos ficam aguardando restos de peixe.
A única coisa a registrar foi que mais uma vez optei por uma estrada de rípio e, dessa vez, levei um susto diferente. Sempre que vejo uma placa indicativa que pedras podem descer do morro (e näo säo poucas placas) penso: "se uma pedra cair na minha cabeca é o cúmulo da coicidëncia". Toda placa que vejo o pensamento aparece. E, dessa vez, veio mesmo. Um barranco caiu a 4 ou 5 metros na minha frente. A minha sorte foi que era barranco de terra (embora uma aclive de serra que a moto patinava para subir) e a quantidade de terra deu para a celestina passar por cima. Comemos apenas poeria do desmoronamento. Tive que abrir seu filtro de Ar e mandar assoprar. O piso por sí só já era perigoso, imagine um desabamento!. O trajeto que optei sai de Valdivia, passa por San José de La Mariquina, Mehuin, Nueva Tolten, Teodoro Schimidt e Temuco.